Após realizar estudos relacionados à mobilidade no município, a Prefeitura de Taubaté apresentou em audiência pública na Câmara o diagnóstico que deverá acompanhar o Plano Municipal de Mobilidade Urbana, uma diretriz para o setor nos próximos dez anos.
A audiência foi realizada nesta segunda-feira (27) sob a presidência do vereador João Henrique Dentinho (PV) e contou com a participação dos vereadores Adauto da Farmácia e Loreny (Cidadania), Boanerge (PTB), Douglas Carbonne (PCdoB), João Vidal (PSB) e Vivi da Rádio (PSC), da equipe da Secretaria de Mobilidade Urbana e de representantes da empresa TcUrbes, de São Paulo, responsável pela elaboração do diagnóstico.
De acordo com o estudo, "é importante pensar em um modelo de gestão interdisciplinar, por meio do diálogo entre os órgãos", pois, embora a legislação seja ampla, "observa-se carência de fiscalizações, falta de clareza para encaminhamentos das penalidades e sanções e falta de comunicação entre as secretarias, que atuam de forma isolada".
O relatório aponta a "alta dependência da dinâmica municipal em relação à área central, em atividades como: trabalho, estudo e lazer". Além disso, traz uma observação que foi pontuada por munícipes na tribuna: "o fato de o transporte público apresentar deficiências (itinerários, mas principalmente, horários e informações) resulta em altos índices de escolha do veículo particular, de forma que as reivindicações da população são muitas vezes ligadas a este aspecto".
Outra observação é quanto à concentração de pessoas no centro durante o período comercial, "resultando em inseguridades no período noturno e menor caminhabilidade no local", e a formação de subcentralidades nos bairros, o que exige estudo sobre "conexões de transporte entre os bairros".
Assim como em outras grandes cidades que promoveram estudos viários, o relatório aponta a necessidade de "desestímulo ao transporte individual motorizado e o estímulo à migração modal", por meio de racionalização dos espaços destinados aos carros, por ampliação da oferta por transporte coletivo e por infraestrutura para transporte não motorizado.
"Não será possível promover uma cidade inclusiva e sustentável sem alteração dos padrões vigentes de circulação e, embora à primeira vista estas mudanças pareçam onerosas a determinada parcela da população, trarão resultados a médio prazo que visam à melhoria da população como um todo", conclui o diagnóstico.
Segundo o secretário de Mobilidade Urbana, Luiz Guilherme Perez, a intenção é apresentar essas informações nas regiões norte, sul, leste e oeste do município durante audiências no mês de junho - as datas ainda não foram definidas - e encaminhar à Câmara o projeto de lei, contendo o diagnóstico como anexo, nas próximas semanas.