Venda de vinhos nacionais cresceu 34% em relação a 2020

Pandemia impulsionou consumo de vinho, que perdura ainda em 2021


De acordo com a União Brasileira de Vitivinicultura (UNIBRA), a comercialização de vinhos aumentou 34% nos primeiros quatro meses de 2021 em relação ao ano anterior. Os dados são somente dos vinhos produzidos no Rio Grande do Sul, que também concentra a maior produção do país. As vinícolas somaram somente nesses meses iniciais do ano a venda de quase dez milhões de litros. No ano passado, para efeito de comparação, nos meses iniciais, a comercialização chegou a pouco mais de sete milhões de litros.

Os espumantes moscatéis chegaram a um aumento de quase 40%, os vinhos finos de quase 35% e os espumantes brut de pouco mais de 30%. Os vinhos brasileiros vão agradando, e o público interno vai consumindo sua própria produção. Especialistas acreditam que o aumento das vendas se deu pelo preço competitivo e aumento dos canais de distribuição. Houve também um aumento na exportação de vinhos, com quase dois milhões de litros e quase 170% a mais do que em 2020.

Já os vinhos caros tiveram aumento nas vendas no Brasil. A WorldWine, importadora de vinhos no Brasil, anunciou uma venda de 30% a mais de vinhos. Dentre os mais caros, com preço acima de R$ 350, o aumento foi de 50% no primeiro trimestre de 2021 no país. Enquanto a venda para restaurantes teve queda durante a pandemia, a venda diretamente para o consumidor aumentou. As vendas de vinhos pelo site da WorldWine dobraram, alcançando mais pessoas de forma virtual.

O Ministério da Economia aponta que as importações de vinho no Brasil também cresceram quase 35% no primeiro trimestre de 2021 em comparação ao ano anterior. Dentre os vinhos preferidos do público estão os chilenos, portugueses e argentinos, que lideram as vendas. Enquanto os vinhos brancos e tintos continuam firmes como tradicionais, os espumantes estão mais associados a celebrações.

O espumante rosé, por ser fresco e frutado, tem conquistado mais e mais adeptos no Brasil. Esses espumantes tiveram aumento da demanda e produção nos últimos anos. Em uma década, a produção cresceu cerca de 40 vezes, de acordo com o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin). A qualidade da produção aumentou na Serra Gaúcha, e muitos se tornaram consumidores do produto. O espumante brut, por sua vez, contêm menos açúcares, enquanto o demi-sec vai para o lado adocicado. O brasileiro, impulsionado pela pandemia, tem aprendido sobre vinhos e a saboreá-los em casa e reuniões íntimas, já que o isolamento social continua em 2021.