Aneel Anuncia Bandeira Tarifária Vermelha Patamar 2 para Outubro

Este será o maior nível de cobrança adicional na conta de luz desde abril de 2022.


A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou a ativação da bandeira tarifária vermelha patamar 2 para o mês de outubro. Este será o maior nível de cobrança adicional na conta de luz desde abril de 2022, quando a bandeira "escassez hídrica" foi substituída pela bandeira verde.

De acordo com a projeção de impacto da CM Capital, a nova bandeira tarifária representará um acréscimo de 0,45 ponto percentual no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial. Em outubro, serão cobrados R$ 7,877 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.

Os principais fatores que levaram à ativação da bandeira vermelha patamar 2 foram o risco hidrológico (GSF) e o aumento do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD), que reflete o valor da energia elétrica calculado para ser produzida em determinado período. As previsões de baixa afluência para os reservatórios das hidrelétricas e a elevação do preço do mercado de energia elétrica ao longo do mês de outubro contribuíram para essa decisão.

Estimativas recentes da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) indicam que o PLD de outubro deve superar os R$ 500 por megawatt-hora (MWh).

Desde abril de 2022, houve uma sequência de bandeiras verdes, interrompida em julho de 2024 com a bandeira amarela. Em agosto, a bandeira voltou a ser verde, e em setembro, foi ativada a bandeira vermelha patamar 1. Inicialmente, a bandeira vermelha patamar 2 havia sido anunciada para setembro, mas após uma revisão, a Aneel reclassificou para bandeira 1.

O sistema de bandeiras tarifárias, criado em 2015, atingirá em outubro a marca de 60 acionamentos nas classificações amarela, vermelha 1, vermelha 2 ou "escassez hídrica". Em quase 10 anos, a economia com juros foi de R$ 4 bilhões, segundo dados da Aneel. O sistema visa indicar aos consumidores os custos da geração de energia no país e atenuar os impactos nos orçamentos das distribuidoras de energia.

Anteriormente, o custo da energia em momentos de dificuldade para geração era repassado às tarifas apenas no reajuste anual de cada empresa, com incidência de juros. No modelo atual, os recursos são cobrados e transferidos às distribuidoras mensalmente por meio da "conta Bandeiras".