Uma operação de resgate mobilizou, na manhã da última segunda-feira (16/6), a equipe do Instituto Argonauta para a Conservação Costeira e Marinha. A ação foi realizada para atender uma ocorrência envolvendo uma baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae) presa em rede de pesca, nas proximidades de Ilhabela. A equipe de resposta do Instituto realizou as manobras técnicas necessárias e iniciou os procedimentos de desemalhe. Toda a operação seguiu protocolos internacionais de segurança, priorizando o bem-estar da baleia e a integridade da equipe.
O alerta inicial partiu de Éverton, da empresa Abordo Turismo, que rapidamente acionou Júlio Cardoso, do Instituto Baleia à Vista, responsável por localizar o animal um pouco afastado da costa. Enquanto aguardavam a chegada da equipe técnica, Júlio e o pesquisador Rafael Mesquita acompanharam a baleia e desempenharam um papel essencial ao afastar embarcações de curiosos, garantindo segurança tanto ao animal quanto à operação.
Devido ao comportamento reativo do animal e às condições de segurança, foi possível realizar apenas a remoção parcial dos petrechos de pesca que envolviam o corpo da baleia. O Instituto Argonauta segue monitorando a região e mantém sua equipe em prontidão para nova tentativa de liberação, caso o animal seja novamente localizado em condições favoráveis.
"Esse trabalho reflete diretamente nossa missão e nosso compromisso com a conservação marinha. O Instituto Argonauta surgiu há mais de 25 anos a partir da atuação do Aquário de Ubatuba, com o propósito de ampliar nossa contribuição para a proteção dos oceanos. Seguimos mobilizados e preparados para responder a emergências como essa e para desenvolver ações contínuas de conservação", afirma Hugo Gallo Neto, oceanógrafo, diretor do Aquário de Ubatuba e presidente do Instituto.
Conservação com responsabilidade
O desemalhe de grandes cetáceos é uma atividade de alto risco, que exige capacitação técnica, equipamentos especializados e autorização legal. No Brasil, essa atividade é regulamentada pela Portaria Conjunta MMA/IBAMA/ICMBio nº 3, de 8 de janeiro de 2024, que define protocolos rigorosos para garantir a segurança dos animais e das equipes.
Intervenções não autorizadas colocam em risco tanto a vida dos animais quanto a segurança humana. Por isso, ao avistar uma baleia enredada ou qualquer outro animal marinho em situação de risco, o recomendado é acionar imediatamente as autoridades ambientais ou o próprio Instituto Argonauta.
O emalhe de baleias é considerado um acidente, resultante da sobreposição das rotas migratórias desses animais com áreas de atividade pesqueira. Ações integradas de monitoramento, resposta emergencial e educação ambiental são fundamentais para mitigar esses impactos e proteger a biodiversidade marinha.
Sobre o Instituto Argonauta
O Instituto Argonauta para a Conservação Costeira e Marinha é uma organização da sociedade civil, fundada em 1998 a partir da iniciativa do Aquário de Ubatuba, com o objetivo de ampliar as ações de conservação marinha na região. Atua em três frentes principais: pesquisa científica, educação ambiental e resposta a emergências envolvendo fauna marinha, como encalhes, reabilitação e manejo de grandes mamíferos marinhos, além de monitoramento ambiental e desenvolvimento de tecnologias voltadas à conservação.
Serviço de resgate de fauna marinha
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