Projeto gera renda a populações de São José dos Campos

"Eu abraço essa causa: eu uso máscara", possibilita que grupo de costureira autônomas gere renda com a fabricação de máscaras de tecido, que serão posteriormente distribuídas gratuitamente em abrigos e bairros carentes de São José dos Campos.


O Ministério Público do Trabalho (MPT) em São José dos Campos destinou o valor de R$ 80 mil ao Núcleo de Estudos de População "Elza Berquó" (NEPO), da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), para investimento no projeto "Eu abraço essa causa: eu uso máscara", que consiste na fabricação de 15 mil máscaras de proteção contra o coronavírus (COVID-19) por costureira locais com perfil de migração interna. Essas profissionais sofreram perda de rendimentos/desemprego motivado pela pandemia, suas máscaras serão  posterirormente  distribuídas  gratuitamente para a populações vulneráveis da cidade de São José dos Campos (SP) por meio da parceria do NEPO com o Núcleo de Extensão Pesquisa-ação  Cartografias Sociais (NEPACS) da Universidade do Vale do Paraíba, coordenado pelas professoras Lidiane Maciel, Fabiana Félix Amaral e pelo Prof. Paulo R. Reschilian.

A experiência em São José dos Campos foi motivada pelas campanhas anteriores que por meio da iniciativa do MPT e NEPO (UNICAMP) realizou um projeto de extensão destinado as vítimas potenciais do trabalho escravo e tráfico de pessoas, ou que vieram ao Brasil como refugiados.  Na cidade de São Paulo e Campinas, essa população está confeccionando máscaras para serem doadas a comunidades e casas de acolhida, estimulando a o desenvolvimento da economia criativa em tempos de crise. Os insumos e equipamentos para costura estão sendo obtidos a partir da verba destinada pelo MPT.

Os artesãos e as artesãs foram indicados (as) com base em critérios sociais, a partir de levantamento do NEPO e NEPACS em São José dos Campos. Com a pandemia de COVID-19, eles (as) vêm sendo atingidos (as) economicamente, e serão beneficiados (as) pela renda obtida na produção das máscaras, que são confeccionadas em tecidos africanos estampados e em tricoline nacional.

A campanha foi criada em São Paulo e está sendo replicada no Vale do Paraíba. O procurador MPT-SP Gustavo Accioly, idealizador do projeto, afirma que  "a máscara africana, além de ser um instrumento de proteção, passa a ser um símbolo de solidariedade, de amor, de diversidade, de respeito ao próximo, de propagação de outras culturas e uma forma de despertar a consciência coletiva de que precisamos cuidar uns dos outros".

A procuradora Ana Farias Hirano espera repetir o mesmo sucesso que a iniciativa obteve em São Paulo em São José dos Campos, por meio da doação do valor, fruto de um acordo celebrado com uma construtora. "O projeto tem o objetivo de dar assistência às populações historicamente vulneráveis, prevenindo a disseminação da pandemia, minimizando os seus efeitos econômicos e garantindo renda e proteção à saúde dos beneficiários", afirmou.

A professora Lidiane Maciel, coordenadora do projeto em São José dos Campos, relata que nessa fase foram beneficiadas cerca de 22 mulheres moradoras de diferentes bairros de São José dos Campos e Jacareí, cidade vizinha, além da população vulnerável que receberá em mãos gratuitamente um trabalho de altíssima qualidade.  A costureira Lili Corrêa Alves, do Espaço DeNegrir, comenta que "o projeto veio em boa hora, pois a pandemia afetou diretamente a renda das mulheres negra e LGBT moradoras de bairros periféricos ou abrigadas da cidade".

Em São José dos Campos, destaca-se as participantes do Espaço DeNegrir, Ariew Atelier, Atelier das Meninas, M.R. Tiburtino Costura e Mulheres de Pedra Mar (Espaço Cultura no Morro, de Jacareí).