Parque Três Pescadores, em Aparecida, recebe novas aves ameaçadas e amplia atuação na conservação da fauna brasileira
O objetivo é manter esses animais sob cuidado humano, garantindo sua segurança, bem-estar e promovendo a reprodução para futuras ações de reintrodução na natureza.
O Parque Três Pescadores, em Aparecida, acaba de dar mais um passo importante no fortalecimento de suas ações voltadas à preservação ambiental. O Refúgio das Aves, um dos espaços mais visitados do parque, passou a abrigar recentemente quatro jacutingas e cinco mutuns-do-sudeste - espécies consideradas entre as mais ameaçadas da Mata Atlântica.
Os novos moradores foram recebidos por meio de uma parceria com o Instituto Pauxi Mitu, referência nacional na conservação de aves silvestres em risco de extinção. O objetivo é manter esses animais sob cuidado humano, garantindo sua segurança, bem-estar e promovendo a reprodução para futuras ações de reintrodução na natureza.
Antes de serem integradas ao espaço de visitação, as aves passaram por uma quarentena obrigatória e exames sanitários, seguindo todos os protocolos técnicos. Agora, já adaptadas, podem ser vistas pelos visitantes do parque.
"A ideia é transformar o Refúgio das Aves em um centro de apoio à biodiversidade brasileira. A chegada dessas espécies reforça nosso compromisso com a conservação e também amplia a experiência educativa dos visitantes", destacou o veterinário Gerson Norberto, responsável técnico do espaço.
A iniciativa também é comemorada pelo Instituto Pauxi Mitu, que desde 2015 atua na proteção de aves ameaçadas. "Trabalhar junto com o Parque Três Pescadores é unir forças pela vida silvestre e pela educação ambiental. Esperamos que essa aliança gere frutos importantes para a fauna brasileira", afirmou Thais Sanches, médica-veterinária da instituição.
Essa não é a primeira vez que o parque investe em ações de preservação. Em junho, quatro araras-canindé foram encaminhadas para um projeto de reintrodução no Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro, em parceria com a ONG Refauna.
Com capacidade para abrigar até 300 animais, o Refúgio das Aves acolhe hoje mais de 130 - entre iguanas, tucanos, papagaios, jabutis, corujas, ouriços e cutias. A maioria chega por meio de resgates, entregas voluntárias ou apreensões por órgãos ambientais. Após tratamento veterinário e reabilitação, muitos deles são preparados para retornar ao ambiente natural.
Além do cuidado com os animais, o espaço também cumpre um papel educativo, promovendo visitas guiadas, atividades com escolas e parcerias com universidades para pesquisa, estágios e programas de extensão. "Nosso compromisso vai além do acolhimento. Queremos inspirar novas atitudes em relação à natureza e mostrar que a conservação começa com conhecimento e respeito à vida", explicou Juliana Fernandez, bióloga do parque.