Um juiz dos Estados Unidos rejeitou um recurso do compositor Ed Sheeran, que pedia a suspensão de um processo no qual é acusado de plagiar o clássico "Let's Get It On", gravado em 1973 por Marvin Gaye, na produção do hit "Thinking Out Loud", de 2014.
Em uma decisão divulgada na última quinta-feira (3), o juiz distrital Louis Stanton, de Manhattan, determinou que um júri decida se Sheeran e as gravadoras Sony/ATV Music e Atlantic Records devem ser considerados culpados em relação ao espólio e aos herdeiros do produtor Ed Townsend, coautor de "Let's Get It On".
O juiz entendeu haver "similaridades substanciais entre diversos elementos musicais das duas obras", incluindo suas linhas de baixo e a percussão, e disse estar em discussão se a harmonia de "Let's Get It On" é demasiada comum para merecer proteção autoral.
O magistrado também disse que podem perceber o "apelo estético" das músicas como sendo o mesmo, apesar dos argumentos da defesa de Sheeran, segundo os quais "Thinking Out Loud" é caracterizada por "tons sombrios e melancólicos, abordando o amor romântico duradouro", enquanto "Let's Get It On" foi um "hino sexual" irradiante de emoções positivas.
Os jurados "podem ficar impressionados com a gravação de uma apresentação de Sheeran que mostra ele transitando [entre as músicas] imperceptivelmente", escreveu o juiz, cuja decisão foi assinada na quarta-feira (2).
Sheeran nega ter copiado Marvin Gaye.
Os representantes de Sheeran e da Atlantic não responderam de imediato a pedidos de comentário. Paul Williams, porta-voz da Sony/ATV, não quis comentar.
Pat Frank, advogado responsável por abrir o processo, disse que seus clientes esperam pelo dia em que "esta questão será julgada" em um tribunal.