Em São José dos Campos, Museu Vivo destaca a cultura popular da região neste domingo

O músico Márcio Almeida é um dos destaques do Museu Vivo deste domingo, no Museu do Folclore


O carioca Márcio Almeida da Costa, 55 anos, conta que o violão sempre foi sua paixão, mas quando era pequeno aprendeu a tocar clarinete em um conservatório, onde teve contato com a teoria musical e a música clássica. "Mas o violão falou mais forte, pois meu pai e meus dois tios eram violinistas", diz o músico.

Márcio é um dos representantes da cultura popular regional que, neste domingo (7), estará no Museu do Folclore de São José dos Campos, compartilhando sua sabedoria durante o Museu Vivo. "Recebi muitas influências por onde passei, mas nenhuma foi maior que a do samba e do Rio de Janeiro", destaca Márcio.

Além de músico e cantor, Márcio também é professor e rege um coral de crianças, usando sua voz e seu violão como instrumento de difusão da cultura da região e do país. Ele mora em São José dos Campos desde a década de 70 e diz ter aprendido a amar a cidade e sua cultura.

Esta será a primeira edição do Museu Vivo de agosto, que contará, ainda, com outros dois fazedores, que também compartilharão com o público seus saberes e fazeres: Pedro Galvão de Moura, no artesanato, e Josefa Vieira Gomes, na culinária. A atividade acontecerá na área externa do museu, das 14h às 17h.

Brinquedos de lata

Pedro Galvão de Moura, 80 anos, nasceu em São Luiz do Paraitinga e, mais uma vez, participará do Museu Vivo, mostrando seu trabalho artesanal, que transforma latas de alumínio em brinquedos e outros objetos. "Comecei a fazer este trabalho depois que me aposentei, eu era cobrador de ônibus", conta Pedro Galvão.

Misto de artesão e inventor, Pedro Galvão explica que passou a fazer peças de artesanato depois de um desafio feito pela sua mulher. "Ela me presenteou com uma miniatura de panela de pressão feita de lata e perguntou se eu poderia fazer melhor. Eu aceitei o desafio e não parei mais", diz orgulhoso.

Tapioca

A cearense Josefa Vieira Gomes, 58 anos, é outra fazedora que já participou do Museu Vivo. Neste domingo, Zefa, como é conhecida, compartilhará seu saber ao fazer uma receita de tapioca. "Quando eu era criança a tapioca substituía o pão, por isso aprendi a fazer", explica ela.

Zefa está em São José dos Campos desde os 18 anos, quando veio de Cajazeira para morar com a irmã, no Jardim Morumbi. Desde 1989 mora no Campos de São José, depois que seu marido (falecido) arrumou trabalho numa fábrica de blocos.

Gestão

O Museu do Folclore é um espaço da Fundação Cultural Cassiano Ricardo, que funciona no Parque da Cidade desde 1997. Sua gestão é feita pelo CECP (Centro de Estudos da Cultura Popular), organização da sociedade civil sem fins lucrativos, com sede em São José dos Campos.