O Parque Vicentina Aranha recebe na próxima quinta-feira (20), às 19h, o grupo Soprando Memórias, com um repertório de Choros, Dobrados e arranjos de obras que fazem parte do acervo do Centro de Documentação de São José dos Campos.
A apresentação integra as atrações dos 99 anos do Vicentina Aranha e é gratuita. Para quem quiser e puder colaborar com o Fundo Social de Solidariedade, o ingresso solidário é um ou mais itens de higiene pessoal.
Expressão cultural
São José dos Campos é reconhecida por sua vocação tecnológica. Em 2022, o município foi certificado como a primeira Cidade Inteligente do Brasil. Além da vertente inovadora, a cidade também tem uma forte expressão cultural.
"Aqui convivem tradições no campo da cultura, com a passagem e residência de inúmeros músicos profissionais e amadores, de expressão regional e nacional, que alimentaram a vida cotidiana do joseense com sua arte", comenta Raquel Aranha, pesquisadora, musicista e doutora em Música.
Benjamim Silva Araújo, José Tito Alves, Honorato Costa, Walter Ovalle, Maestro Cunha, Zygmunt Kubala, Airton Vilaça, Rita de Cássia Vilaça, Sérgio Weiss, Zélia Marão, Jorge Alfaiate, Nanci Bueno, Marco Antônio Ramos, Isis Moreira, Juan Serrano, Altino Bondesan, João Silva e Ary Piassarollo são algumas dessas personalidades.
Documentação musical do Vale
O Vale do Paraíba concentra uma documentação musical rica e diversa, que passa pelos séculos 18, 19 e 20. Música sacra, de bandas de sopro, de câmara, de cinema mudo, de orquestra, o Choro são alguns dos exemplos da diversidade cultural ligada aos centros urbanos, em especial à cidade de São José dos Campos.
"Existem muitos registros dessas produções em coleções particulares espalhadas pela cidade. Cadernos de composições, fotos, gravações em vídeo, em áudio, cartazes, programas de concerto, contratos. Para contar essa história musical é preciso reunir o material, preservá-lo, estudá-lo e tocá-lo novamente", explica Raquel.
Centro de Documentação Musical
Com o objetivo de salvaguardar esse patrimônio, foi inaugurado em 2022 o Centro de Documentação Musical de São José dos Campos, no Parque Vicentina Aranha.
Coordenado pela Dra. Raquel Aranha, o CDM está situado dentro do restaurado Pavilhão Marina Crespi e é fruto de uma parceria entre a Sociedade de Cultura e Educação Musical (Socem) e a Afac - Organização Social de Cultura, e conta com apoio Programa de Ação Cultural de São Paulo, o ProAC.
No local, são promovidas ações de salvaguarda técnica por profissionais, como triagem do acervo, higienização, digitalização de fotos e documentos, organização de arquivo, acondicionamento, além da difusão de pesquisa, promoção de palestras e apresentações musicais.
O Pavilhão também abriga a "Sala Maestro Cunha", a "Sala de Exposição Yolanda Borghoff" e a "Sala de Música Jorge Israel", uma homenagem a personagens ilustres do cenário artístico-musical joseense.
"A preservação do patrimônio musical está em consonância com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 11.4, da Organização das Nações Unidas (ONU), que incentiva o fortalecimento de esforços para proteger e salvaguardar o patrimônio cultural e natural do mundo. Esta 'Casa de Sons e Memórias da Cidade' é um sonho realizado e está aberta a todos que desejam conhecer e perpetuar a história", conclui Raquel Aranha.
Mais informações sobre o Centro de Documentação Musical de São José dos Campos e sua programação podem ser conferidas nas redes sociais @cdmsaojose.