Desde que era integrante do RBD, Maite Perroni tinha uma relação especial com o Brasil. A banda, que teve enorme êxito no país, chegou a regravar músicas e lançar discos em português com foco no imenso público que acompanhava os mexicanos por aqui.
Depois que o RBD chegou ao fim, Maite não esqueceu do Brasil e faz questão de incluir o país na rota de suas turnês. É o caso da Live Tour 2018, que passou por Curitiba ontem (02/08) e ainda tem paradas em São Paulo (04/08) e Rio de Janeiro (05/08).
Nesta visita ao país, a cantora ainda vai encaixar gravação de clipe com a banda Roupa Nova e algumas visitas ao estúdio para produzir mais material com foco no público brasileiro.
A Billboard Brasil conversou com Maite Perroni sobre sua relação com o país, o momento atual da música para artistas latinos e os próximos passos da carreira:
O Brasil nunca fica de fora das suas turnês e dessa vez não foi diferente. Como é a sua relação com o nosso país?
O Brasil tem sido muito importante desde sempre para mim. Recebo muito amor e apoio dos brasileiros a cada novo passo da minha carreira. O Brasil é um dos países que mais frequentei depois do RBD. Me atrevo a dizer que é meu segundo país. Pude estar aqui em muitas ocasiões da minha carreira solo e me dá muita felicidade poder voltar e apresentar meu show novo. Estou emocionada porque fiz esta apresentação em apenas um país, no Peru, e agora estamos aqui no Brasil.
Como foram os shows no Peru? Como sentiu a receptividade do público com a nova turnê?
Muito boa. Estou muito feliz por compartilhar o show com o público porque há muita energia positiva, muita paixão, as pessoas estão felizes de estar ali. Voltar ao Peru depois de 12 anos foi muito emocionante, poder me reencontrar com os fãs, poder receber tanto amor e carinho, foi muito bonito. Sou sortuda por ter o apoio do público, o amor.
Você disse que o Brasil é como sua segunda casa. Tem alguma recordação muito marcante das outras visitas ao país?
Muitas! Imagina, acho que tenho vindo ao Brasil pelo menos uma vez a cada ano. Já devem ter sido umas 15 vezes, sei lá, foram muitas [risos]. Para mim, vir ao Brasil já faz parte do calendário. Tenho muitas lembranças de momentos importantes, amigos queridos, do grupo, de momentos de convivência com os fãs. Com a equipe que estou trabalhando, temos uma dinâmica na qual os fãs sabem que terão um momento separado para eles: vamos conversar, rir, interagir, ficar próximos. Isso me encanta. Muitas vezes, compartilhamos o que estamos fazendo nas redes sociais e eles ficam próximos, mas não é a mesma coisa. Quando fazemos esse tipo de atividade, temos um vínculo mais sólido, você desfruta um pouco das pessoas.
Todos dizem que os fãs brasileiros são os mais intensos. Você já veio para cá muitas vezes e pode confirmar se é verdade ou não.
Os fãs brasileiros são muito apaixonados. Tenho muitas histórias. Mas creio que é bom que haja essa entrega, energia e amor. Quando chego ao Brasil, subo ao palco, é contagiante. O palco tem essa magia de ser ao vivo, de ser real. O que se sente, se sente. E isso o faz sentir muito forte porque é muito amor. Preciso agradecer essa paixão.
Em seus trabalhos anteriores, você já mesclou bachata e pop. Agora, está com uma sonoridade mais urbana. Com tantas experiências por aqui, já pensou em gravar algo com ritmos brasileiros como funk ou axé?
Eu gostaria muito! Na próxima semana, estarei aqui para gravar algumas músicas sobre as quais ainda não posso falar muito porque não sei o que vai acontecer de fato, mas já estamos trabalhando nisso.
Você já colaborou com muitos artistas brasileiros, seja no palco ou com músicas lançadas - Wanessa Camargo, Thiaguinho, Tiago Iorc são apenas alguns dos nomes. Gostaria de saber como rolam os convites? Com as redes sociais fica mais fácil conhecer o trabalho dos artistas?
Com as redes sociais, fica mais fácil sim. Claro, depende do que eu gosto, mas uso para saber o que as pessoas estão fazendo e deixar no meu radar, além de também ter o meu papel como público e admiradora. A Wanessa, por exemplo, eu tive a oportunidade de conhecer há muitos anos e ela foi incrível comigo. É um prazer dividir o palco com ela e encontrá-la quando venho ao Brasil. É uma mulher muito simples, muito talentosa.
Desta vez, fiz uma colaboração com o Roupa Nova. Na segunda-feira (06/08), vamos gravar o clipe no Rio de Janeiro. O Brasil segue e seguirá sendo muito importante para mim.
A vibe do Roupa Nova é bem diferente do que você tem feito e do que seus fãs estão acostumados a ouvir. Você já conhecia a banda?
É um grupo superfamoso e talentoso. Já são muitos anos de carreira, muitas músicas nas trilhas das novelas brasileiras. De verdade, é uma honra para mim. A música é uma balada, mais romântica, mas com a qual também me identifico, que gosto de escutar e de cantar. Fiquei muito feliz de gravar com eles.
Você andou dizendo que seu próximo single será com um cantor colombiano. O que os fãs podem esperar?
Tudo está mudando! São outras decisões, então agora vou escolher outro single. Até que isso seja resolvido, vamos escolher outra música entre as que já estão gravadas.
Seu disco foi lançado em 2013 e, desde então, você tem lançado singles avulsos. Pretende seguir essa estratégia?
Acredito que essa estratégia de lançar apenas singles tem funcionado. Tenho a oportunidade de fazer várias coisas, então devo seguir assim por um tempinho. Com um disco, você entra em estúdio, sai com 13 músicas e só trabalha duas, três. As outras ficam guardadas. Nesse momento, prefiro ir lançando aos poucos para que as pessoas se identifiquem com as músicas e conheçam todas.
A música latina está passando por um momento incrível, mas o mercado brasileiro sempre esteve à parte, talvez pelas barreiras linguísticas e culturais. Ainda assim, o RBD não teve problema em fazer sucesso aqui. Sendo fruto deste projeto, como você vê essa questão do mercado brasileiro?
Creio que o mercado brasileiro é muito forte, poderoso. É um país muito grande e, para um artista brasileiro, o próprio Brasil já é mais do que suficiente. Mas também acho incrível que saiam daqui e comecem a compartilhar o talento brasileiro com os países vizinhos. Conversando com artistas brasileiros, como o Thiaguinho, entendi que é difícil ir a outro país se você faz tantos shows por aqui todos os anos. O Brasil é um país superpoderoso musicalmente e creio que o idioma seja uma razão pela qual seja difícil permear no mundo latino que fala espanhol. O português não é tão familiar. Mas acho algo ótimo porque vocês têm muito a somar.