A Polícia Civil de São Paulo inicia o ano de 2024 enfrentando um déficit de 17.131 profissionais. Dos 41.912 cargos previstos, apenas 24.718 estão ocupados, representando uma lacuna de 40%. No último ano, durante a gestão de Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), a instituição sofreu uma redução de 964 profissionais devido a exonerações, aposentadorias e óbitos, sem que houvesse contratações para compensar. Essa é a análise apresentada pelo Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp), que destaca a urgência na reposição dos profissionais na área de segurança judiciária diante desse cenário.
Recentemente, a Delegacia Geral de Polícia Civil publicou no Diário Oficial a convocação de 368 candidatos aprovados no concurso para delegado de Polícia de 2022, solicitando a apresentação de documentos e exame médico.
A presidente do Sindpesp, Jacqueline Valadares, destaca a necessidade imediata de nomear todos os aprovados no concurso, incluindo os excedentes, diante do expressivo déficit na Polícia Civil. Ela ressalta que a nomeação é crucial, considerando a carência de 17,1 mil policiais que deveriam estar em atividade, e argumenta que não faz sentido adiar ou deixar de efetivar esses profissionais.
Os números alarmantes do déficit incluem 1.011 vagas não preenchidas de um total de 3.463 cargos para delegados de Polícia, 4.049 escrivães ausentes de um total de 8.912 cargos previstos, e a falta de 4.288 investigadores em relação aos 11.957 cargos projetados. A defasagem, conforme monitorada pelo Defasômetro do Sindicato dos Delegados, prejudica as investigações, compromete o desempenho das equipes ativas, e impacta negativamente a segurança da população.
Jacqueline ressalta também que a remuneração inadequada é um fator que contribui para o déficit na Polícia Civil, destacando que salários melhores são essenciais para atrair novos profissionais e incentivar a dedicação dos já concursados. Apesar do aumento médio de 18% nos salários autorizado pelo Estado no segundo semestre de 2023, os delegados de São Paulo começam 2024 com uma das piores remunerações do país, ocupando o 22º lugar entre 26 estados e o Distrito Federal no ranking salarial, o que, para Jacqueline, é contraditório diante da riqueza e liderança em arrecadação do estado de São Paulo.