Cristian Cravinhos, condenado pela morte do casal Richthofen, deixa a prisão após decisão da Justiça

A decisão foi tomada após Cristian apresentar bom comportamento na prisão e um parecer psicológico favorável.


Cristian Cravinhos, um dos condenados pelo assassinato de Manfred e Marísia von Richthofen, foi solto na noite de ontem (5) após a Justiça autorizar que ele cumpra o restante da pena em regime aberto. A decisão foi tomada pela juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, da Vara de Execuções Criminais da Comarca de Taubaté, que destacou o bom comportamento de Cravinhos na prisão e um parecer psicológico favorável.
 
 
Ele deixou a Penitenciária "Dr. José Augusto Salgado", a P2 de Tremembé, às 20h55. O presídio, localizado no interior de São Paulo, é conhecido por abrigar detentos de casos de grande repercussão.
 
Decisão da Justiça
 
A magistrada apontou que Cristian preencheu os requisitos exigidos por lei para progredir ao regime aberto, entre eles tempo de pena cumprido e ausência de faltas disciplinares nos últimos 12 meses. Além disso, um exame criminológico apontou que ele poderia voltar ao convívio social.
 
A decisão contrariou o Ministério Público de São Paulo, que era contra a progressão da pena, mas teve sua argumentação rejeitada pela juíza. Ela destacou que não havia justificativa legal para negar o benefício, já que ele sempre retornou às saídas temporárias sem intercorrências.
 
Para permanecer em liberdade, Cravinhos terá que seguir uma série de regras impostas pela Justiça:
 
?Comparecer trimestralmente à Vara de Execuções Criminais para informar suas atividades;
?Comprovar ocupação lícita;
?Permanecer em casa entre 22h e 6h, inclusive nos finais de semana e feriados, salvo autorização judicial;
?Não mudar de comarca sem autorização da Justiça;
?Não mudar de residência sem comunicação prévia;
?Não frequentar bares, casas de jogo ou locais incompatíveis com o benefício.
 
Caso descumpra alguma dessas condições, poderá perder a liberdade e voltar para a prisão.
 
Exame psicológico
 
Antes da decisão, Cristian foi submetido a um exame psicológico para avaliar sua capacidade de reintegração social. O teste apontou dificuldades em lidar com emoções e em relações interpessoais, além de um comportamento marcado por racionalização excessiva e distanciamento emocional.
 
O laudo também destacou que ele tem rigidez emocional, controle excessivo e pouca identificação com normas sociais. Devido a esses fatores, foi recomendado acompanhamento psicológico contínuo para minimizar riscos de reincidência.
 
Histórico na prisão
 
Cravinhos já havia conseguido a progressão para o regime aberto em 2017, mas perdeu o benefício no ano seguinte após ser preso por agredir uma mulher e tentar subornar policiais em Sorocaba.
 
Ele foi condenado junto ao irmão, Daniel Cravinhos, e a ex-namorada Suzane von Richthofen pelo assassinato dos pais dela, ocorrido em 2002. Atualmente, Suzane e Daniel também cumprem pena em regimes mais brandos.
 
A defesa de Cristian afirmou que a decisão da Justiça foi baseada na lei e garantiu que ele seguirá todas as condições impostas.