Polícia localiza carro suspeito de participação em ataque ao assentamento do MST em Tremembé

O local foi preservado para a coleta de digitais, que devem auxiliar nas investigações conduzidas em uma operação conjunta entre a Polícia Civil e a Polícia Federal.


A Polícia Civil apreendeu, na noite de segunda-feira (13), um carro suspeito de ter sido utilizado no ataque ao assentamento Olga Benário, em Tremembé (SP). O veículo foi localizado no bairro Piratininga, em Taubaté, escondido em meio à vegetação em um terreno.

O local foi preservado para a coleta de digitais, que devem auxiliar nas investigações conduzidas em uma operação conjunta entre a Polícia Civil e a Polícia Federal. O Ministério da Justiça e Segurança Pública também determinou a abertura de um inquérito federal para apurar o atentado.

Investigação reforçada pelo GAECO

O procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, designou promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) para reforçar a apuração do caso. Eles atuarão em conjunto com a promotora Celestiany Villar da Silva para dar uma resposta célere à sociedade paulista.

Ataque violento e vítimas

O atentado, ocorrido na noite de sexta-feira (10), resultou na morte de Gleison Barbosa Carvalho, de 28 anos, e Valdir do Nascimento, de 53, líder do assentamento. Outras cinco pessoas ficaram feridas, incluindo uma mulher e sua filha, que passaram por cirurgias, e um menino, irmão de uma das vítimas fatais, que segue estável.

Segundo a Polícia Civil, a motivação do crime está ligada a disputas por terrenos na região. Os criminosos chegaram ao local em cinco carros e três motos, disparando contra os moradores.

Prisão de suspeitos

A polícia já prendeu um dos suspeitos, identificado como "Nero", apontado como o mandante do ataque. Ele está detido no Centro de Triagem de Taubaté. Um segundo suspeito teve a prisão decretada, mas segue foragido.

Nota de repúdio e apoio às vítimas

O Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar emitiu uma nota de repúdio ao ataque e reforçou o compromisso com os direitos das famílias assentadas. Já o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania enviou uma equipe ao local para oferecer apoio e avaliar os riscos enfrentados pelos moradores.

O MST também denunciou que o assentamento enfrenta há anos conflitos relacionados à especulação imobiliária, agravados por ameaças e disputas de terra.

Próximos passos

As investigações continuam, com esforços das autoridades para identificar todos os envolvidos no crime e garantir a proteção das famílias do assentamento. O trabalho integrado entre polícias, promotores e órgãos federais busca uma solução para o caso e a segurança da comunidade.