Base aliada prepara saída "honrosa" de Michel Temer
Ao admitir que a permanência de Temer no poder tornou-se algo insustentável, a base aliada, no entanto, não pretende trucidar a história política de Michel Temer
A resistência de Michel Temer em não renunciar é uma clara tentativa de evitar a suposição de culpabilidade no episódio dos áudios divulgados pelo empresário Joesley Batista que impactou violentamente o governo do peemedebista. Tanto é que a base aliada já trabalha com nomes para a sucessão.
Nelson Jobim (PMDB) e o senador Tasso Jereissati (PSDB) conversam sobre nomes para a iminente "Era Pós-Temer". Com Aécio "morto no ninho", o afastamento do presidente dos tucanos abriu espaço para que Jereissati assumisse as articulações do partido. O senador pelo Ceará sempre foi muito próximo do governador paulista Geraldo Alckmin.
Ao admitir que a permanência de Temer no poder tornou-se algo insustentável, a base aliada, no entanto, não pretende que a vacância que deve se abrir na Presidência da República venha acompanhada de um cataclismo ainda maior sobre o atual presidente. Vale lembrar que qualquer um que o suceda precisará do peemedebista, pela forte presença que exerce junto às lideranças partidárias e congressistas.
A estratégia então qual é? É conseguir junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a cassação da chapa Dilma/Temer, uma espécie de “saída honrosa” para Michel Temer que, a partir de então, terá a prerrogativa e tempo de sobra para argumentações públicas sobre o episódio que o envolve em suspeitas de crime de responsabilidade.
Quanto aos nomes para uma eleição direta, são vários. Tasso Jereissati é bem visto, inclusive pela oposição. Joaquim Barbosa, Henrique Meireles, Carmen Lúcia, Nelson Jobim e especula-se até mesmo, pasmem, o nome de Gilmar Mendes são outros cogitados. A corrida é alucinada para a indicação de um nome, considerando-se que um processo de impeachment se arrastaria até 2018, ano de eleições diretas.
E qual deles teria forte atuação junto ao Congresso?