O presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) decidiu demitir o secretário nacional de Cultura, Roberto Alvim após a polêmica causada por um vídeo em que o secretário exalta Joseph Goebbels, ideólogo da propaganda nazista. De acordo com auxiliares do presidente, a situação com o secretário teria ficado "insustentável".
Alvim, que é dramaturgo, foi nomeado em novembro para a pasta da Cultura. Com música de Richard Wagner ao fundo, compositor preferido dos nazistas, o secretário se pronunciou no vídeo onde faz o anúncio do Prêmio Nacional das Artes com um discurso copiado de Goebbels, em que propõe uma nova arte para ser adotada no Brasil.
"A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada", disse ele.
A frase é uma adaptação do que Joseph Goebbels, ministro nazista, disse em 8 de maio de 1933, no auge do nazismo. A frase fez parte de um discurso voltada para diretores de teatro no hotel Kaiserhof, em Berlim. "A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada".
Artistas e até mesmo apoiadores do presidente Jair Bolsonaro reagiram de imediato e cobraram ademissão de Alvim. Também o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se manifestou nas redes sociais, cobrando uma atitude do presidente em afastar Alvim "urgentemente".
Conib se manifesta - A Confederação Israelita do Brasil (Conib) também reagiu imediatamente após o discurso. "Emular a visão (de Goebbels) é um sinal assustador da sua visão de cultura, que deve ser combatida e contida", afirmou a entidade que defendeu a saída imediata de Roberto Alvim.