O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes adiou a votação na Segunda Turma da Corte do pedido de habeas corpus apresentado pelos advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No pedido de habeas corpus, os advogados de Lula argumentam que a indicação do ex-juiz federal Sergio Moro para o Ministério da Justiça no governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro, demonstra parcialidade do ex-magistrado e também que ele agiu "politicamente". Moro assumirá o comando da pasta em janeiro e renunciou à magistratura.
Gilmar Mendes pediu vista do pedido de habeas corpus do ex-presidente Lula quando o placar do julgamento chegou a 2 votos a 0 contra o pedido dos advogados. Segundo o ministro, o caso deve ser retomado antes do recesso de fim de ano na Corte.
Edson Fachin e a ministra Cármen Lúcia foram os ministros que proferiram os votos contra o pedido de habeas corpus. Ainda faltam dos votos dos ministros Ricardo Lewandowski e Celso de Mello.
O colegiado começou a julgar na tarde de ontem (5) pedido no qual a defesa de Lula requer a suspeição do ex-juiz Sergio Moro na condenação no caso do tríplex do Guarujá (SP) e a anulação da sentença, além da soltura imediata do ex-presidente.
O ex-presidente está preso desde 7 de abril na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba após ter sua condenação confirmada pelo Tribunal Regional Federal 4ª Região (TRF4), que impôs pena de 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Sergio Moro nega qualquer irregularidade em sua conduta e diz que a decisão de participar do futuro governo ocorreu depois de medidas tomadas por ele contra o ex-presidente.