Janot pede investigação de Lula, Dilma Serra e Aecio e espalha Lava Jato pelo país

Para formular pedidos de abertura de inquérito, o procurador se fundamentou nos acordos de delação premiada firmados com 77 executivos das empresas Odebrecht e Braskem




O Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu nesta terça-feira (14) a segunda etapa de pedidos de abertura de inquérito, enviada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Já esperada com temor em vários setores, a situação dos envolvidos gera desconforto no governo Michel Temer e sacode veementemente todo o quadro sucessório, além do clima tenso no ambiente no Congresso.

Na teoria, todos os maiores partidos foram para o paredão. Na prática, a decisão de abertura de inquérito caberá ao ministro Edson Fachin, que responde pela Operação Lava Jato no STF. Esse então é o “cara” e pra ele os sinos dobrarão caso, com dignidade, faça sua parte em passar a nação a limpo. Do contrário, a história simplesmente seguirá roteiros já conhecidos.

Nessa nova lista, Janot enviou ao STF 320 pedidos ligados à Operação Lava Jato, dos quais 83 são solicitações de autorização para a abertura de inquéritos contra políticos no exercício de seus cargos. Todos são suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras.

Na relação dos pedidos de abertura de inquérito estão dois ex-presidentes e os ministros do governo Michel Temer: Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-geral da presidência), Aloysio Nunes (Relações Exteriores), Bruno Araújo (Cidades) e Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia).

Baseado em 950 depoimentos, troca de e-mails e registros documentados com planilhas e cópias de mensagens relacionadas a executivos da Odebrecht, há indicação de abertura de inquérito para dois presidenciáveis: José Serra e Aécio Neves. Mas o golpe mais duro foi desferido no PT: Janot indica que os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff mais os ex-ministros da Fazenda Antônio Palocci e Guido Mantega sejam investigados em primeira instância pela Polícia Federal.

Para formular os 83 pedidos de abertura de inquérito, o procurador se fundamentou nos acordos de colaboração premiada firmados com 77 funcionários e executivos das empresas Odebrecht e Braskem. Outras 211 solicitações foram feitas para que inquéritos contra pessoas sem foro no STF sejam remetidos a instâncias inferiores.

Antes que a população brasileira comemore essa investida contra os podres poderes que nos limitam a uma vida sem perspectivas de progresso e desenvolvimento humano, temos que gravar bem o nome de Edson Fachin, peça chave a partir de agora nesse processo.

E para que o brasileiro demonstre toda a sua repugnância quanto a esse modus operandi da classe política, as principais avenidas de todas as metrópoles brasileiras precisam estar 100% coloridas em verde e amarelo! O maior temor de um político é o clamor que vem das ruas!