As eleições de 2020 podem ser adiadas para novembro, ou na pior das hipóteses, dezembro, é o que prevê o presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Na sessão de quarta-feira (17), a Casa decidiu debater sobre a mudança da data do pleito, que neste ano define novos prefeitos e vereadores por todo o país.
Marcado para o dia 4 de outubro, a eleição em primeiro turno já deveria estar ultimando preparativos para o início de campanha, mas a epidemia de covid-19, e o consequente isolamento social implantado em todo país para evitar a propagação da doença, motivou a discussão por uma mudança de data.
De autoria do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a proposta de Emenda à Constituição (PEC) 18/2020 foi colocada na mesa para a discussão que envolve o adiamento do processo eleitoral deste ano.
A PEC terá como relator o senador Weverton Rocha (PDT-MA), que tem expectativa de fechar a proposta ainda esta semana. Se houver consenso na reunião de líderes, na próxima segunda-feira (22), o texto poderá ser votado já na próxima semana. A proposta ainda deverá ser apreciada pela Câmara dos Deputados.
A discussão sobre o tema na sessão de hoje ocorreu após uma reunião entre líderes do Senado e da Câmara com especialistas da área de saúde. Os parlamentares ouviram as opiniões dos especialistas, que viram na mudança da data uma possibilidade de garantir mais segurança para a saúde da população, bem como dos candidatos, sobretudo os mais idosos.
"Acho muitíssimo arriscado nós nos indispormos com o aconselhamento da ciencia. Eu não quero ser senhor da vida e da morte das pessoas, não quero ser irresponsável para ir contra as recomendações que estão sendo emanadas de cientistas. Eles dizem que tem melhores condições com o adiamento de 45 a 60 dias", disse Randolfe.
Nova data - Ainda não há uma data fixada para a mudança. Weverton levará em consideração opiniões de colegas congressistas, bem como dos ministros do TSE e dos especialistas, com quem ele voltará a conversar. Mas dentre as possibilidades na mesa, está a alteração do primeiro turno para 15 de novembro e 6 de dezembro.
Sem prorrogação - Segundo relatado pelo líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), os especialistas em saúde previram um achatamento da curva de contaminação apenas no mês de setembro. Braga destacou, no entanto, que não se discute uma prorrogação dos mandatos atuais. "Uma certeza a gente tem: não vamos prorrogar mandatos. Portanto, teremos eleição em 2020."
Eleição em 2021 - Ciro Nogueira (PP-PI), por sua vez, defendeu a realização das eleições apenas no ano que vem. Para ele, a medida deverá ser mais eficaz do ponto de vista de saúde pública. "Não vejo muita diferença de outubro para novembro. Defendi que adiássemos a eleição para que não houvesse este ano. Aí sim estaríamos salvando vidas."