Uma pesquisa recente do IBGE mostrou que, dos 3,2 milhões de brasileiros com 19 anos, mais de um milhão não concluiu o ensino médio. Outro levantamento divulgado nesta semana pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) aponta que, de cada dez jovens de 15 a 24 anos em países emergentes, dois não estudam nem trabalham.
A proporção é o dobro da observada em economias avançadas, onde 10% da população nessa faixa de idade estão na mesma condição. Segundo o FMI, a ausência dos jovens das escolas e do mercado de trabalho tem um efeito perverso no médio e no longo prazo, ao aumentar os conflitos sociais e reduzir o potencial de crescimento da economia.
O relatório revela que a alta proporção de jovens sem estudar e trabalhar tem um efeito ainda mais perverso nos países em desenvolvimento. Carentes de políticas públicas que reduzam vulnerabilidades, os jovens de países em desenvolvimento enfrentam dificuldades em concluir a escola e conseguir o primeiro emprego.
O mais grave é que as economias emergentes dependem da entrada de jovens no mercado de trabalho para acelerarem o crescimento. A proporção de pessoas de 18 a 24 anos nos países em desenvolvimento chega a um terço da população em idade ativa (que pode trabalhar), contra 15% nos países desenvolvidos.
Para o FMI, a melhoria da educação é importante, mas não basta para aumentar a participação de jovens no mercado de trabalho. Apenas o investimento em ensino, aponta o relatório, levaria à existência de muitos jovens bens educados com dificuldades em encontrar emprego em economias emergentes e em desenvolvimento.
Sugestões do FMI - Em primeiro lugar, o fundo recomenda a adoção de medidas que reduzam a desigualdade entre gêneros no mercado de trabalho. Em segundo lugar, diminuir as indenizações por demissões e estabelecer um salário mínimo não muito alto em relação ao salário médio da economia aumentam as taxas de emprego entre jovens fora da escola, principalmente de mulheres jovens. A última medida recomendada pelo FMI é a abertura da economia em países emergentes. Segundo o Fundo Monetário, mercados mais dinâmicos aumentam a concorrência e o empreendedorismo.