Após a morte de George Floyd, em 25 de maio desse ano, nos EUA, inúmeros protestos aconteceram em diversas regiões do mundo. Uma hashtag foi levantada na internet pela causa #blacklivesmatter, que em português significa #vidasnegrasimportam. Neste domingo (7), diversas manifestações foram organizadas em cidades do Brasil.
O músico Emicida chegou a se posicionar em suas redes sociais afirmando não ir aos protestos deste domingo devido o contexto da COVID-19 no país. Segundo o artista, ir aos protestos seria cumprir com uma política genocida que não se importa se pessoas negras morrem por contaminação do novo corona vírus ou por qualquer outra razão. Ele ainda reconheceu que as razões para a revolta, como a morte do afro-descendente George Floyd, assim como a do menino Miguel, em Tamandaré (PE), são justas, mas que fazer manifestações nesse contexto de pandemia não seria a solução. Você confere a fala do artista na íntegra clicando aqui.
Entrentanto, houve quem se interessasse em participar dos protestos. Na capital mineira, Belo Horizonte, o engenheiro ambiental, Leonardo Camilo, afirmou que quis participar das manifestações por reconhecer seus privilégios "pobre rala todo dia, e no dia do descanso ainda tem que manifestar?", declarou. Ainda segundo o engenheiro, as manifestações foram pacíficas, com a participação de pessoas de todas as etnias. Ele também afirmou que a polícia militar fez o monitoramento de todo o trajeto. "A polícia foi descendo [para a Praça Sete] com a gente, acompanhando e foi de boa. Não vi e nem ouvi nenhum relato de discussão", afirmou.
Nesse final de semana, de sexta (5) a domingo (7), cidades do Vale do Paraíba também fizeram manifestações, mas com poucos integrantes. Houve manifesto em São José dos Campos, Jacareí, Taubaté e Pindamonhangaba. Segundo um dos participantes dos atos de Taubaté e Pindamonhangaba, o sindicalista, Wilton Moreno, a manifestação foi em prol de uma democracia mais representativa, em direito das minorias, a pedido de uma revisão das politicas de segurança, contra o genocídio negro e contra o fascismo. Os atos contaram ainda com a participação de membros do movimento negro, movimento de mulheres e demais progressistas da região.