Trabalhadores da Embraer entram em greve por tempo indeterminado nesta terça-feira

Essa é a primeira paralisação de funcionários da empresa em cinco anos


Em assembleia, funcionários da empresa rejeitaram proposta patronalEm assembleia, funcionários da empresa rejeitaram proposta patronal (Foto : Divulgação / Sindicato dos Metalúrgicos)

Por tempo indeterminado, trabalhadores da Embraer entraram em greve na manhã desta terça-feira (24) na fábrica de São José dos Campos. O Sindicato dos Metalúrgicos de São Jose dos Campos informou que os trabalhadores reivindicam aumento real de salário e preservação de todos os direitos previstos na Convenção Coletiva da categoria.

O aviso de greve já havia sido protocolado, sexta-feira (20), na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de são Paulo), representante do setor aeronáutico em negociação com o sindicato. Esta é a primeira paralisação na fábrica em cinco anos. A paralisação envolve inicialmente os trabalhadores do 1º turno.

O sindicato informou que aguarda agora a realização da assembléia com os operários do 2º turno da empresa. A paralisação foi aprovada durante assembleias convocadas pelo sindicato, no primeiro turno da produção e no turno administrativo, na matriz da empresa. Segundo a entidade, os salários dos trabalhadores da Embraer estão há quatro anos sem aumento real.

A empresa ofereceu proposta para repor aos salários apenas a inflação do período (3,28%), o que foi recusado pelos funcionários. Segundo o sindicato, a empresa pretende acabar com a estabilidade para lesionados e liberar a terceirização irrestrita na fábrica. A reivindicação é de 6,37% de reajuste e renovação da Convenção Coletiva na íntegra.

Outro lado - Confira a íntegra da Nota de Imprensa enviada pela Embraer ao Jornalismo Agoravale:

"A Embraer esclarece que a maior parte dos funcionários da unidade Faria Lima, em São José dos Campos, não aderiu à paralisação imposta pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região. Todas as áreas produtivas e administrativas da unidade estão operando com cerca de 80% de suas equipes. Esta manhã houve um bloqueio feito pelos representantes do sindicato aos principais acessos dos funcionários à Empresa, atrasando a entrada de carros e ônibus do primeiro turno assim como do turno administrativo, o que foi garantido somente com a chegada da Polícia Militar.

A Embraer esclarece ainda que as negociações sobre a data-base são realizadas entre a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que representa as empresas do setor aeroespacial, e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos. Como já informado publicamente, foram realizadas duas reuniões de negociação, durante as quais a Fiesp apresentou inicialmente a proposta de abono e, posteriormente, uma segunda proposta de reajuste salarial da inflação do período (3,28%).

A Embraer respeita o direito à livre associação e manifestação por parte de seus colaboradores. Contudo, a Empresa reprova veementemente e lamenta os fatos como o de hoje que visam cercear o direito constitucional de ir e vir dos empregados ao criar obstáculos para acesso ao local de trabalho. Informamos ainda que as unidades de Eugênio de Melo e EDE, ambas em São José dos Campos, além de Botucatu, Campinas, Gavião Peixoto, Sorocaba e Taubaté funcionam normalmente."