O governo federal não vai se opor ao acordo de fusão entre as empresas Embraer, nacional, e Boeing, dos Estados Unidos. Isso foi o que o presidente Jair Bolsonaro afirmou durante reunião esta tarde com ministros e comandantes das Forças Armadas.
Segundo o presidente, o acordo entre as duas empresas não fere a soberania nacional e os interesses do país. De acordo com o Planalto, Bolsonaro procurou se inteirar sobre a questão e foi informado que as atividades de aviação executiva e de defesa e segurança continuam com a Embraer em sua totalidade.
O governo brasileiro detém a chamada "ação de ouro" (ou "golden share", como é conhecida), que dá poder de veto a esse tipo de negociação. Bolsonaro foi municiado de informações que, segundo o Palácio do Planalto, mostram que a proposta de fusão das duas empresas "preserva a soberania e os interesses nacionais".
"Reunião com representantes dos Ministérios da Defesa, Ciência e Tecnologia, Rel. Ext. e Economia sobre as tratativas entre Embraer (privatizada em 1994) e Boeing. Ficou claro que a soberania e os interesses da Nação estão preservados. A União não se opõe ao andamento do processo", disse o presidente no Twitter.
Na apresentação para o presidente, foi explicado que os projetos em curso na área de defesa serão mantidos, bem como preservação do sigilo e prioridade do governo em definições em projetos de defesa. Haverá ainda a manutenção da produção no Brasil das aeronaves já desenvolvidas e dos empregos já existentes no Brasil. Com isso, o presidente decidiu não exercer o poder de veto a que tinha direito.
O acordo em andamento prevê uma joint venture que será liderada por uma equipe de executivos sediada no Brasil. A Boeing terá o controle operacional e de gestão da nova empresa. A Embraer terá poder de decisão para alguns temas estratégicos, como a transferência das operações do Brasil.