Trabalhadores entram em greve com medo de despejo da MWL

Empresa pode fechar as portas a partir de 10 de outubro por não pagar o aluguel


Os metalúrgicos da MWL, de Caçapava, entraram em greve, nesta segunda-feira (21). Eles estão em luta contra o possível fechamento da fábrica provocado por uma ordem de despejo. A empresa produz rodas e eixos ferroviários e possui 237 funcionários.

A MWL, de capital chinês, pode fechar as portas a partir de 10 de outubro, prazo final para o cumprimento da ordem de despejo por falta de pagamento do aluguel. A empresa afirma que tem uma dívida de R$ 11 milhões com a massa falida da Mafersa, proprietária da área onde a fábrica está instalada. Há 18 meses o aluguel não é pago.

A empresa já entrou com pedido de recuperação judicial, que foi indeferido pela Justiça. A fábrica de Caçapava é a única do seu segmento na América Latina e tem contratos fechados no valor de R$ 60 milhões.  

Reunião com prefeito

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região e trabalhadores reuniram-se hoje pela manhã com o prefeito Fernando Diniz (PV) e cobraram medidas para garantir a preservação dos empregos e direitos de todos os trabalhadores.

O prefeito afirmou que já havia tentado intermediar as negociações com a Mafersa, mas que as empresas não chegaram a um acordo. Segundo Fernando Diniz, a direção da MWL não está disposta a negociar e quer o perdão total da dívida. Desde a década de 1950, a fábrica está instalada em Caçapava. Começou como Mafersa e em 2006 tornou-se MWL.

"Não se trata de uma empresa deficitária. Ao contrário, tem total condição de se manter em Caçapava e preservar todos os postos de trabalho. Os trabalhadores não podem pagar pela irresponsabilidade da direção da fábrica. Vamos procurar o governo federal para impedir que mais esses empregos se percam", afirma o vice-presidente do Sindicato, Renato Almeida.