Em São José dos Campos, exposição do SESI apresenta culturas tradicionais do Brasil

A visitação à exposição "Criar, Fazer, Viver" é gratuita


O Sesi São José dos Campos receberá a partir do dia 2 de julho a exposição Criar, Fazer, Viver, que traz para o Espaço Galeria 53 obras de arte indígena, peças da cultura caipira e cabocla, e de tradições de matrizes africanas. O público pode conferir a mostra até dia 21 de agosto, de Terça a sexta das 14 às 18 horas e sábados das 10 às 14 horas. A entrada é gratuita, mas é necessário realizar agendamento prévio de visitas pelo sistema Meu Sesi.

 

"Criar, Fazer, Viver é uma oportunidade de ampliar o acesso do público a? cultura popular e ao repertório visual tradicional de regiões distintas do país. Os bens culturais expostos - em tela, papel, barro ou madeira - documentam poéticas das mais variadas, confirmando a diversidade de referências e a potência instintiva do povo brasileiro", ressalta a curadora da exposição, Vera Cardim.

As criações selecionadas para marcar a reabertura do Espaço Galeria, fechado desde 2019 por conta da pandemia de Coronavírus, fazem parte do acervo do Museu das Culturas Brasileiras, pertencente ao Departamento de Museus da Secretaria Municipal de Cultura da Cidade de São Paulo, instituição referência em pesquisa e difusão do patrimônio cultural, material e imaterial, do povo brasileiro.

Destaque para o módulo que apresenta objetos do universo dos povos indígenas do norte do Pará e do Amapá Wajãpi, Tiriyó, Aparaí, Wayama, Palikur e Galibi Marworno, em especial três bonecas Karajá da região do Araguaia, no estado do Mato Grosso, coletadas na década de 1960 pelo pesquisador e escritor José Mauro de Vasconcelos.

Outro destaque são as obras de nomes reconhecidos no mercado das artes, como os pernambucanos Mestre Galdino e Mestre Vitalino, nomes fundamentais para a história da arte popular brasileira, e o mineiro José Valentim Rosa, com seus trabalhos em madeira, além de Maria Lira e Ulisses, com suas peças de cerâmica. Estão expostas também duas obras de Zé do Chalé, descendente do povo indígena Xocó, em Sergipe, as inconfundíveis máscaras de Ciça, e as cerâmicas da Mestra Irinéia, reconhecida em 2005 como patrimônio vivo no estado de Alagoas e de Juazeiro do Norte, no Ceará.

Dois artistas paulistas também marcam presença na mostra: de Assis, Ranchinho, com suas pinturas, e de Araraquara, esculturas de madeira de Mestre Dito.  "Este último, pouco conhecido e não citado no mundo do mercado de arte, foi incluído na exposição como uma ilustração dos limites entre o reconhecimento público e a quase marginalização em que o artista popular muitas vezes se encontra", finaliza a curadora.