Exibição única do filme-espetáculo 'Não Urine no Chão' acontece em São José dos Campos

Arquitetado a partir de personagens masculinos, "Não Urine no Chão" conta com Marcus Groza e direção de Alex Araújo


Acontece neste sábado (5), às 20h, apresentação única do filme-espetáculo "Não Urine no Chão", de Marcus Groza com direção de Alex Araújo. A apresentação será no Estúdio Corpo Cênico - Rua Ipiau, 492, Jd. Satélite, em São José dos Campos. O espetáculo trata de um mecanismo complexo que lê a tragédia do homem-macho que perdeu o porquê da sua macheza.

A obra mostra a reprodução social de valores patriarcais e da violência inserida no processo de socialização dos meninos e dos homens na vida adulta. Assim, o texto dramatúrgico faz reverberar em sua primeira parte alguns hábitos da memória juvenil (como os montinhos e cuecões, brincadeiras violentas entre meninos), para em sua segunda parte enfocar os graus extremos do esculacho e da violência.

Arquitetado a partir de personagens masculinos, "Não Urine no Chão" apresenta três figuras referidas por suas vestimentas: Jovem de Macacão Roxo, homossexual; Cobertor Enxuga-Poça, um morador de rua, "mineiro" do cobre que obtém ao derreter fios retirados de motores velhos; Homem de Terno, empresário bem-sucedido, casado, de meia idade e vida dupla.

Segundo o diretor do espetáculo, Alex Araujo, "Não Urine no Chão" é um texto em que os personagens, assim como os sujeitos da vida real, são repletos de contradições. "Isto dá carne a tais figuras masculinas que surgem da margem, do sujo, da sarjeta, sendo ou violentadas ou agentes de violência, e estando sempre em contato com o que há de lixo e de degradação, típicas das grandes cidades", complementa Araújo.

Uma obra que sensibiliza, Não Urine no Chão é uma espécie de perfo-tragédia-contemporânea que narra os infortúnios e os niilismos desses homens carentes de bens, afetos e humanidade, que não possuem nada de heróis. Fala sobretudo da vida e da arrogância do bicho homem.