Mostra de Artes e Acessibilidade incentiva uso de LIBRAS e AD em produções artísticas pela internet

Programação traz de teatro à fotografia e busca facilitar acesso de pessoas com deficiência às artes


O Grupo Teatro do Imprevisto (GTI), de São José dos Campos, promove de quarta a sábado (17 a 20), a primeira edição do projeto Mostra de Artes e Acessibilidade (MAC). O evento será 100% online e apresenta sete atrações bate-papo, com classificações variadas, que contarão com acessibilidade comunicacional em Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e Audiodescrição (AD). As produções serão exibidas no SITE criado especialmente para o projeto, com assinatura do designer Thulio Santos.

Para o produtor curador e ator Ricardo Salem, a MAC tem o objetivo de sensibilizar e incentivar a inclusão de recursos de acessibilidade nas produções artísticas, além contribuir para democratizar o acesso para pessoas com deficiência (PCD) a projetos culturais, especialmente em tempos de pandemia, distanciamento social e adaptação de conteúdo artístico e de entretenimento para as plataformas online.

A programação reúne produções artísticas da cidade, de autoria ou com a participação de artistas PCDs e não-PCDs. "Mais do que uma mostra que exponha seus trabalhos com recursos de LIBRAS e AD, a MAC propõe a integração entre os artistas e seus diferentes lugares de fala sobre as questões de acessibilidade e inclusão".

Além de entreter, a MAC quer fomentar a discussão em torno da acessibilidade das pessoas com deficiência (PCD) às produções culturais e artísticas nas plataformas digitais, a partir de um bate-papo, ao vivo, pelo YouTube, na noite encerramento do evento, sábado, às 20h.

Diversidade

A palestra "A Fotografia e O Corpo À Margem", com a fotógrafa, videomaker e produtora cultural Melissa Rahal, abre a programação da MAC às 19h de quarta-feira. Rahal deve apresentar o trabalho de artistas PCD ao mesmo tempo em que pretende instigar no público a importância da diversidade de corpos na linguagem fotográfica.

"Librando Histórias"

Na quinta-feira, às 10h, será a vez do projeto Librando Histórias, da Associação de Atenção ao Deficiente Auditivo e Surdo (AADAS), apresentar clássicos da literatura infantil em LIBRAS, com contadores de histórias surdos.

"Memórias Perdidas"

À noite, a atriz Simone Sobreda, da Cia. Da Entropia, apresenta o solo teatral "Memórias Perdidas - A noite que se aproxima", que aborda aspectos emocionais e sociais relacionados ao Alzheimer e à visibilidade dos idosos na sociedade, a partir de uma perspectiva feminina. A produção marca a estreia da atriz Caren Ruaro na direção, depois de 30 anos dedicados à atuação nos palcos.

"Miragens na Caixa"

A sexta-feira será de muita cultura rural e folclore popular paulista, com a produção "Miragens na Caixa", de teatro lambe-lambe, do GTI e Boneco Vivo, às 17h. Os grupos apostam na linguagem universal do gramelot para aguçar a criatividade dos espectadores, e em personagens, cantorias e narrativas bastante presentes na cultura paulista, além de um toque futurista, falas ágeis e fino humor.

"Fuá Caipira"

À noite, às 19h, será a vez do show musical "Fuá Caipira", do Grupo Fuá Rabecado, que faz um passeio pelos ritmos e manifestações rurais do Vale do Paraíba, como a Folia de Reis, Calango, Cana Verde, Congada, entre outros. A proposta do show, que traz a intérprete de LIBRAS Marta Paiva para o palco, homenageia e fortalece grupos tradicionais e a identidade rural da região, com músicas autorais de Ari Pereira, músico e produtor cultural.

Trupe Sentidos e Palhaça Birita

No sábado, os universos das fábulas e da palhaçaria tomarão conta do palco virtual da MAC, com as apresentações de "O Coelho e A Tartaruga e Outras Histórias", às 17h, com a Trupe Sentidos, e o solo "Birita Procura-se", às 19h, de Ariadne Antico e Casa das Lagartixas Teatro Clube, respectivamente. Ambas as produções apresentam artistas PCDs e não PCDs em seus elencos.

A Trupe Sentidos, formada em 2016, trabalha a proposta do teatro inclusivo, que envolve a participação de atores ouvintes, como Carol Toledo e Sílvia Soares; surdos, como Diego Bernardo e Ana Beatriz Mathioli; e também cadeirantes, como Denis da Silva. A direção artística é de Osni Henrique.

Ariadne Antico interpreta uma das palhaças mais populares da região, que parte em busca de uma oportunidade no mercado de trabalho e enfrenta diversos desafios. De forma bem humorada, temas sobre a inclusão de pessoas com deficiência (PCD) no mercado de trabalho são abordados na peça, inspirada na própria história de Ariadne.

O bate-papo "Desafios para a Acessibilidade" fecha a programação da MAC ao vivo, pelo canal Produção GTI, no YouTube, com a participação de artistas e profissionais envolvidos na MAC e outros convidados.