Entre os dias 10, 11 e 12 de abril, a Mostra Cinema Ameríndio apresenta curtas-metragens de diferentes abordagens e recortes que pretendem valorizar a diversidade cultural existente entre os povos indígenas no Brasil.
No catálogo é possível conferir gratuitamente obras como a Retomada Teyikue, que retrata a luta dos povos Kaiowá e Guarani pela retomada de seu território tradicional; e Wehsé Darase- Trabalho da Roça, que mostra o universo do Sistema Agrícola do Rio Negro sob os olhos de uma jovem Tukano.
Além das exibições, na noite de abertura ocorrerá o bate-papo Fazendo Cinema Indígena, para discutir os desafios e especificidades das produções realizadas por cineastas indígenas. A mediação será realizada pela antropóloga e pesquisadora do Centro de Estudos Ameríndios da USP, Tatiane Klein, com a participação de Jera Guarani (Guarani Mbya), professora e liderança da Terra Indígena Tenondé Porã; e Gilmar Galache (Terena), um dos idealizadores da Associação Cultural de Realizadores Indígenas (Ascuri).
A ação integra a programação do projeto Mostra Ameríndios, que acontece durante o mês de abril, em múltiplas linguagens e formatos, para valorizar iniciativas protagonizadas por indivíduos, comunidades e grupos indígenas.
Programação:
Dia 10
- No primeiro dia da Mostra, haverá um bate-papo de abertura da Mostra.
O Espírito da TV
As emoções e reflexões dos Wajãpi ao verem, pela primeira vez, a sua própria imagem e a de outros grupos indígenas num aparelho de televisão.
Direção: Vincent Carelli.Consultoria Antropológica: Dominique Tilkin Gallois | Brasil - 1994 | Documentário - 18 min. | Colorido.
Retomada Teyikue
A luta dos Kaiowá e Guarani da aldeia Teykue (município de Caarapó (MS) pela retomada do seu território tradicional é marcada pela violência. Em 2016, ocorreu mais um ataque à comunidade por parte da milícia armada.
Direção: Ascuri | Brasil - 2016 | Documentário - 15 min. | Colorido.
Guairaka’i Ja – O Dono Da Lontra
Segundo os Guarani Mbya, todos os seres que habitam este mundo têm algum espírito-dono que zela por eles, inclusive os animais de caça. Alguns desses “donos” podem ser especialmente vingativos, caso se sintam desrespeitados.
Direção: Wera Alexandre Ferreira | Brasil - 2012 | Documentário - 11 min. | Colorido.
Bate-papo
Fazendo Cinema Indígena
Bate-papo sobre o histórico, desafios e especificidades do cinema realizado por cineastas indígenas. Com Jera Guarani (Guarani Mbya), professora e liderança da Terra Indígena Tenondé Porã; Gilmar Galache (Terena), mestre em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Brasília e um dos idealizadores da Associação Cultural de Realizadores Indígenas (Ascuri). Mediação de Tatiane Klein, antropóloga e pesquisadora do Centro de Estudos Ameríndios da USP (CEstA-USP).
Dia 11
Konãgxeka: o Dilúvio Maxakali
Animação que trata da narrativa mítica maxakali sobre o dilúvio. Konãgxeka na língua maxakali quer dizer “água grande”. Como um castigo, por causa do egoísmo e da ganância dos homens, os espíritos yãmîy enviam a “grande água”. As ilustrações para o filme foram feitas por indígenas Maxakali.
Direção: Charles Bicalho e Isael Maxakali | Brasil - 2016 | Animação - 13 min. | Colorido.
Mãos de Barro
O curta trata sobre as tradicionais louceiras do povo Pankararu, situado no sertão de Pernambuco. Elas relatam as influências de suas habilidades relacionadas ao trabalho com o barro, bem como a importância deste trabalho para a cultura Pankararu e o desejo de circular esse saber-fazer para futuras gerações.
Direção: Alexandre Pankararu e Graciela Guarani | Brasil - 2015 | Documentário - 20 min. | Colorido.
Urihi Haromatipë - Curadores da Terrafloresta
Os trovões estão avisando: “A Terra está doente”. Para curá-la, Davi Kopenawa reuniu os xamãs yanomami de diversas regiões. Com a ajuda do alimento dos espíritos, o rapé yakoana,eles vão tratar os males provocados pelas cidades e doenças dos brancos.
Direção: Morzaniel Iramari Yanomami | Brasil - 2014 | Documentário - 60 min. | Colorido.
Dia 12
Osiba Kangamuke - Vamos Lá, Criançada
As crianças da aldeia Aiha Kalapalo, do Parque Indígena do Alto Xingu (MT), são as protagonistas desse filme e escolheram mostrar alguns aspectos da sua rotina e da sua cultura. Da escola, onde aprendem o português, até os rituais e a luta ikindene, os pequenos Kalapalo demonstram uma sutileza peculiar de quem conhece, suas tradições.
Direção: Haja Kalapalo, Tawana Kalapalo, Thomaz Pedro e Veronica Monachini | Brasil - 2016 | Documentário - 19 min. | Colorido.
Wehsé Darase - Trabalho da Roça
O filme mostra o universo do Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro sob os olhos de uma jovem Tukano, Larissa. A narrativa do filme se constrói a partir de suas reflexões sobre a relação com os antepassados e aborda, ainda, a importância dos saberes da roça e da circulação de conhecimentos e práticas entre diferentes gerações.
Direção: Larissa Ye’padiho Duarte Tukano | Brasil – 2016 | Documentário - 24 min. | Colorido.
Kiarãsâ Yõ Sâty – O Amendoim da Cotia
O cotidiano da aldeia Panará na colheita do amendoim, apresentado por um jovem professor, uma mulher pajé e o chefe da aldeia.
Direção: Komoi Panará, Paturi Panará | Brasil – 2005 | Documentário - 21 min. | Colorido.