Exercício físico deve ser prioridade na rotina de diabéticos

Em todo o mundo, mais de 425 milhões de pessoas têm diabetes. Somente no Brasil, esse número chega a 13 milhões


Marcelo Rodrigues de Oliveira, gerente de TI, em São José, descobriu que tinha diabetes tipo 1 em 2008, aos 23 anos. E, se o diagnóstico dessa doença costuma deixar muita gente desanimada, para ele, foi apenas mais motivo para buscar novos hábitos e qualidade de vida. Desde então, pratica exercícios físicos com frequência e é dessa forma que mantém o controle da doença.

A diabetes é considerada uma doença crônica que basicamente impede o corpo de fabricar insulina ou não usa adequadamente a que produz. Os tipos mais comuns são o 1 e o 2. Apesar de não ter cura, é extremamente possível controlar e conviver com a ela através de medicação, controle da alimentação e, claro, da prática de atividades físicas. "Os exercícios contribuem para a redução do excesso de açúcar no meu sangue, assim como a insulina e, após os treinos, sinto a glicemia em níveis mais estáveis por até 48 horas", afirma Marcelo que é aluno da Academia Runner, em São José, e por lá pratica musculação, abdominais e também aulas de bike indoor.

Os exercícios só trazem benefícios e devem ser prioridade na rotina do diabético. "Além de minimizar o açúcar que sobra no sangue, melhora a função das células do pâncreas, diminui a resistência à insulina, melhora a circulação sanguínea, o que reduz os pés e mãos frios do diabético, melhora a função cardíaca, respiratória, a musculatura e ainda fortalece os ossos", observa Ricardo Casal, educador físico e supervisor técnico de musculação na Academia Runner São José dos Campos. No entanto, é importante sempre observar as características próprias da atividade escolhida, bem como intensidade e duração. O ideal segundo ele é que o treino seja leve ou moderado e aconteça no mínimo três vezes na semana, durante 30 ou 45 minutos por toda a vida. Atividades intensas devem ser evitadas. "A melhora na saúde poderá ser notada já a partir do primeiro mês de atividades", finaliza.

Aliados à uma alimentação correta, os exercícios físicos ainda contribuem para a diminuição da utilização de remédios. No caso de Marcelo, é preciso estar sempre alerta nesses três pontos: medicamento, já que injeta insulina ao menos 4x ao dia, o controle da alimentação e o treino. Quando essa relação sai de equilíbrio, é porque houve falta ou excesso em algum desses pontos, então, é preciso compensar nos outros. "Eu treino para não ser tão restritivo na alimentação e tomar doses mínimas de insulina, o que ajuda no orçamento com remédios", ressalta o aluno. O mais importante na hora de praticar e de escolher quais exercícios físicos podem ou não ser feitos, é contar com a liberação do médico, com o auxílio de um profissional de educação física habilitado e ainda contar com as orientações de um nutricionista.