De acordo com o HR, o resultado revelou aumento de 50% no processo de conscientização de famílias que consentiram em doar órgãos de seus familiares. De acordo com o Diretor Médico do HR, Dr. Caio Soubhia Nunes, o saldo positivo reflete o trabalho da comissão Intra-Hospitalar, formada por uma equipe multiprofissional que atua de forma a garantir segurança e qualidade durante todo o processo, tendo o tempo como fator de maior desafio.
"Como o paciente se encontra em morte encefálica é muito difícil manter a viabilidade dos órgãos e quanto menor o tempo entre o diagnóstico e a doação mais vidas poderão ser salvas", disse o Dr. Caio Soubhia Nunes.
Compõem a comissão membros das áreas assistenciais, que atuam como multiplicadores e auxiliadores do processo junto aos médicos das Unidades de Terapia Intensiva (UTI's), da Neurocirurgia e do Serviço de Emergência, que geralmente são os profissionais responsáveis pelo diagnóstico e protocolo de morte encefálica.
Setembro Verde - Em setembro o Brasil chama a atenção para a Campanha 'Setembro Verde', iniciativa que marca o mês em comemoração ao Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos, comemorado no dia 27 de setembro. A data foi instituída em 2014, pela lei federal nº 15.463, com o principal objetivo de conscientizar a população sobre a importância de ser doador de órgãos.
Processo de doação - A constatação de morte encefálica é um processo complexo que leva cerca de 24h. O paciente (potencial doador) passa por diversos exames, a fim de confirmar o diagnóstico. Desde o início a família do paciente é informada sobre todos os passos dados pelas equipes médicas e de enfermagem. "Percebemos que, quando a pessoa já falou sobre o assunto com o seu círculo familiar, essa decisão fica mais fácil, pois querem respeitar a decisão que o ente tomou em vida", comenta o médico.
No Brasil, a doação de órgãos só acontece após autorização familiar, independente de qualquer manifestação por escrito por parte do paciente.
Vidas beneficiadas - Até o momento, pelo menos 53 vidas foram beneficiadas com as 12 captações de órgãos que partiram do HR nos primeiros 8 meses do ano. Ao todo, foram captados 2 corações, 22 rins, 18 córneas, 10 fígados, e 1 pâncreas. Os órgãos são destinados para pacientes com compatibilidade triados pela Organização para Procura de Órgãos (OPO) de Campinas, responsável pela região.