O que você precisa saber sobre o novo teste de Covid-19 da USP

RT-PCR-ICB, lançado em dezembro, tem 98% de sensibilidade e 100% de especificidade

Com a chegada da segunda onda de coronavírus ao Brasil, as principais faculdades de biomedicina têm desenvolvido uma série de estudos, não apenas para a produção da vacina, mas também para descobrir novas características do vírus e encontrar prevenções mais eficientes. Entre as universidades brasileiras com foco na pesquisa de combate ao coronavírus, há um destaque para a Universidade de São Paulo (USP).

No dia 1º de dezembro de 2020, o Instituto de Ciências Biomédicas da USP lançou um novo autoteste para identificar a Covid-19, que, além de ser tão confiável quanto o RT-PCR - teste que confirma a presença do vírus por meio do RNA, através da amplificação do ácido nucleico pela reação em cadeia da polimerase -, tem uma vantagem importante para evitar a disseminação do vírus: pode ser coletado por meio da saliva e pelo próprio paciente.

O teste RT-PCR-ICB é capaz de identificar casos da doença em até 24h após a coleta, o que agiliza o processo de isolamento e inicia o tratamento preventivo, além de evitar o contágio, tanto dos pacientes, quanto dos profissionais da saúde envolvidos no processo. 

Além de prevenir a contaminação, o RT-PCR-ICB e também se mostrou uma opção menos invasiva para a coleta, que antes era feita com o uso de swabs (o cotonete mais comprido) e precisava ser inserido pelo nariz para atingir a nasofaringe. Segundo o ICB, o teste tem altos níveis de confiabilidade - entre eles, 98% de sensibilidade e 100% de especificidade, o que significa que há capacidade de excluir casos negativos.

De acordo com o ICB, foram disponibilizados dois tipos diferentes de testes: um utiliza o PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) e revela se o paciente tem a presença do vírus no corpo, enquanto o outro é baseado no método Elisa e indica se o paciente já teve contato com o vírus em algum momento.

Outra vantagem a ser destacada é o preço de fabricação do teste, que é mais barato do que o sorológico ou o RT-PCR, porque utiliza reagentes fabricados no Brasil - fator que, além de reduzir o custo, também agiliza o processo de entrega. 

O estudo foi conduzido pelo virologista Edison Luiz Durigon, coordenador do Laboratório de Virologia Clínica e Molecular do ICB.

Como é feito o teste

Para realizar a coleta em casa, o paciente recebe um kit embalado em saco plástico, com um tubo de ensaio. É necessário cuspir dentro do tubo e lacrá-lo, depois higienizá-lo com o álcool em gel que já vem inserido no kit e voltar a lacrá-lo dentro de uma caixa de plástico e levar até o CEGH-CEL presencialmente, para que seja feita a análise e a confirmação do teste.

Como adquirir 

Por enquanto, a disponibilização é feita apenas na cidade de São Paulo, por meio de visita pré-agendada ao local, via e-mail. Para realizar o exame em casa, o valor cobrado é de R$ 150,00 e o tubo de ensaio deve ser levado presencialmente ao CEGH-CEL (de preferência, por algum membro da família que não esteja com sintomas da doença). No caso de realizar a coleta presencialmente, o valor é de R$ 90,00. O resultado do exame é enviado em até 24h, via e-mail.