A Organização Mundial da Saúde (OMS), em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), realizou uma pesquisa buscando encontrar ligações entre doenças sistêmicas e jornadas de trabalho extenuantes, avaliando dados coletados entre 2000 e 2016. A conclusão aponta que trabalhar um total acumulado de 55 horas semanais ou mais eleva em 35% os riscos de se ter um Acidente Vascular Cerebral (AVC), também conhecido como derrame, e em 17% de desenvolver problemas cardíacos.
Foram analisadas jornadas extensas em 194 países, separando grupos de acordo com sexo, idade, região e rotina de trabalho. Nos 16 anos avaliados, houve um aumento de 29% no número de mortes atribuídas à exaustão por longas jornadas, registrando a maior marca: 398 mil óbitos por AVC e 347 mil por doenças cardíacas, ultrapassando 745 mil mortes em um único ano. Ainda de acordo com a OMS, essa é a realidade de 8,9% da população mundial - algo em torno de 488 milhões de pessoas.
Não é de agora que a ciência vem encontrando diversos problemas de saúde ligados a grandes jornadas de trabalho. A Síndrome de Burnout, também conhecida como síndrome do esgotamento mental, é uma das consequências mais comuns dessa rotina desgastante. Ao passar por longos períodos de estresse e sobrecarregamento, a pessoa passa a sentir um cansaço intenso que afeta, tanto seu rendimento, quanto sua vida social, levando ao isolamento e, consequentemente, a outros problemas emocionais. Isso é comumente confundido com uma mera exaustão, mas trata-se de um distúrbio um tanto comum nos dias de hoje.
Especialistas ainda apontam que essas jornadas de trabalho extenuantes variam de lugar para lugar. No Pacífico Ocidental e Sudeste Asiático, por exemplo, é mais "naturalizado" que as pessoas trabalhem mais do que deveriam em um único emprego, com mais de 11% da população ultrapassando as 55 horas semanais. Já no Brasil, por exemplo, o trabalho informal acaba sendo um dos principais motivos, com milhões de brasileiros trabalhando de forma autônoma e se sujeitando a condições extremas.
Para minimizar os danos, é muito importante que todos procurem profissionais da faculdade de medicina, como psiquiatras e neurologistas, para realizar exames preventivos e ficar a par do seu quadro de saúde. Outros profissionais como psicólogos e terapeutas também podem ajudar nesses casos, pois a saúde emocional é tão importante quanto a física, sendo indispensável para garantir uma boa qualidade de vida.