São José registra primeiro caso de febre amarela

Vítima foi infectada fora do município


O primeiro caso de febre amarela de uma pessoa de São José dos Campos foi confirmado nesta sexta-feira (10) pela Secretaria de Saúde. Segundo a Vigilância Epidemiológica, trata-se de um caso importado, contraído fora do município, sem riscos de transmissão para a população no momento.

A mulher, de 53 anos, moradora da Vila Ady-Anna, na região central, viajou para a cidade de Minas Novas, em janeiro, e visitou uma área de mata. Ela permaneceu internada por 3 dias em um hospital particular da cidade, teve alta e passa bem.

A Prefeitura, por meio do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), já fez as ações de bloqueio recomendadas para esses casos. A ação, realizada entre os dias 24 a 27 de janeiro, consistiu na retirada de possíveis criadouros móveis, aplicação de larvicidas nos locais em que não foi possível fazer a remoção e nebulização para matar os mosquitos adultos, em um raio de 500 metros da residência dela.

Segundo levantamento da Vigilância Epidemiológica, a mulher viajou para Minas Novas, onde já houve óbitos por febre amarela entre os dias 9 e 17 de janeiro. Lá, ela realizou caminhadas e trilhas na região da mata, acompanhada de outras 3 pessoas, que não adoeceram.

No dia 17 ela começou a apresentar os primeiros sintomas da doença, como febre, icterícia, náusea, tontura e dores pelo corpo. Permaneceu internada, entre os dias 21 e 24 de janeiro, em um hospital particular da cidade, quando teve alta.
Até esta quinta-feira (10), quando veio a confirmação do Instituto Adolf Lutz, o caso ainda estava sendo tratado como “suspeito” de febre amarela, o que justificou as ações de bloqueio feitas pelo CCZ no final de janeiro.

A Vigilância Epidemiológica reforça que a paciente contraiu a febre amarela silvestre, que ocorre em regiões rurais ou de mata. A doença é transmitida pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes. Por enquanto, não foi detectada a transmissão da doença pelo Aedes aegypti, comum em áreas urbanas, transmissor da dengue, zika e chikungunya. Não se tem registro da febre amarela urbana transmitida pelo Aedes no Brasil desde 1943.

O vírus da febre amarela não é transmitido de pessoa para pessoa, apenas pela picada de mosquitos infectados. O Ministério da Saúde recomenda duas doses da vacinação contra febre amarela com pelo menos 10 dias de antecedência à viagem para regiões endêmicas.

Vacina
A Prefeitura já solicitou ao Governo do Estado mais um lote da vacina contra a febre amarela, que deverá chegar aos postos na segunda-feira (13), já que a procura continua grande. Das 2.400 doses que chegaram na quarta-feira (8), restavam pouco mais de 400 para ser aplicadas nesta sexta-feira (10).

As vacinas são disponibilizadas à população em 5 unidades básicas de saúde de 4 regiões da cidade: Vista Verde (leste), Vila Maria (centro), Santana (norte), Jardim Satélite e Morumbi (sul). Para evitar a perda das doses, pois a vacina tem validade de apenas seis horas após a abertura do frasco, o horário de aplicação é das 10h às 16h.

A Prefeitura reforça que a imunização contra a febre amarela é prioritária para as pessoas que residem em áreas endêmicas (ou vão viajar para lá) ou onde ocorrem surtos da doença, como Minas Gerais, noroeste de São Paulo e estados do Norte e Nordeste.