“Tenha coragem e seja gentil.” Foi o último pedido da mãe de Cinderela, instantes antes de morrer e que a “Gata Borralheira”, levou para o resto de sua vida, no conto de fadas que virou trama de cinema, sucesso de lançamento nestes dias em todo mundo!
Cinderela chega a incomodar com tanta “coragem” e principalmente “gentileza”. Como pode uma pessoa ser tão humilhada, passada pra trás, ter tantas perdas (pais, amigos, posição social, sonhos) e ainda continuar firme no propósito de vida? Sempre com entusiasmo e alegria? Amiga de todos e sempre pronta para servir?
A valorização das pequenas coisas, das amizades, não importando de onde as teria, pois não fazia distinção de nenhum tipo. Era uma pessoa incrível de dar inveja e ciúmes na madrasta má e suas frustrantes filhas.
A pergunta é: existe gente assim? Ou só nos contos de fadas?
Penso que sim! Vou mais longe, acredito que podemos ser todos assim, é uma questão da descoberta diária, da vivência das oportunidades da vida! Oportunidade de vida! Cinderela acreditava nos seus propósitos, na sua vida!
Sempre vale lembrar, ter em mente, que somos o que acreditamos! E aí vem a pergunta! O que tenho acreditado para mim? Como vejo a vida? Onde desejo e caminho pra chegar? Chegar onde? Quais valores que invisto neste caminhar?
Temos dificuldades que nos impedem? Que pesam na bagagem da pessoa adulta? Adulta, ou que não amadureceu na arte de humanizar-se?
Que peso são estes? Seriam, ciúmes, inveja, arrogância, indelicadeza, orgulho, excesso de vaidade, insegurança, mania de perseguição?
Todos temos esta criança, insatisfeita e incontinente dentre de si, uns mais, outros mais ainda! E se é para a criança aparecer, que seja pela ingenuidade, nostalgia, desejo do belo, crença inviolável do caminho da felicidade, que a vida será feita de grandes encontros, para uma final muito feliz!
E então, com qual criança vejo o mundo? E os outros? Outros? Quais? Será que penso: coisas ruins só acontecem comigo? Por que tudo sempre dá errado? Por que sou sempre a vítima?
Se, pensa cuidado! Vamos parar e interromper este ciclo, acreditar primeiro em si próprio, na capacidade de construir e amar, de servir, a partir da consolidação do si! Busque a cada dia descobrir-se, encontrar-se e pensar em um jeito de sob encantar-se.
Não acovardar, desanimar, assumir que o fizemos até agora, é o que nos trouxe até aqui, e por isso, embora às vezes não pareça, é muito bom! Acreditar não como o mundo é, mas de como deveria ser... Muito bom!
Vou encerrar, e para pensarmos juntos, deixo uma frase de Jesus Cristo, o Mestre, que mostra a clareza com que via a sociedade e as autoridades da época! Infelizmente, não parece muito diferente de hoje: “A quem hei de comparar esta geração? É semelhante a meninos sentados nas praças que gritam aos seus companheiros. Tocamos a flauta e não dançais, cantamos uma lamentação e não chorais” (Mateus 11, 16-17).
Páscoa é passagem, “tenha coragem e seja gentil”! Feliz Páscoa!