"Penso, logo pesco"! Feliz Pascoa!


“Penso, logo me revolto”, de ver tantos escândalos da política brasileira, que envolve vários seguimentos do país numa rede de corrupção. Ativos e passivos, desfilam diante de nossos olhos arregalados de perplexidade! Estive lá, sei como é! Tento até esquecer, difícil!

“Penso, logo, me desespero” Será possível uma mudança estrutural, sem passar pela atitude e mudança de cada um?

“Penso, logo, sinto”, nostalgia, saudades, de quando criança, brincava às margens de casa, o quintal espaçoso, e quase todas as tardes (estudava de manhã) esperava ansioso meu Avô, que separava a “tralha” e me chamava para pescar no ribeirão que passava próximo! Era um rito, arrancava as minhocas, inclusive com meu próprio “enxadãozinho”, o que muito me orgulhava, punha lanche no “embornal”, e seguia para o rio, sem nunca esquecer o estilingue.

“Penso, logo, sigo”, nesta viagem de volta, em que o pescador meu Avô, era o modelo a ser seguido, não perdia uma “puxada”, e quando eu começava a tagarelar, ele me repreendia, “vai espantar os peixes”. Queria pescar igual meu Avô, seguia cada passo, cada exemplo, a maneira de preparar as varas, o jeito de pôr a isca no anzol, de tirar o peixe da água. Como amava estar com Ele, a paciência com que me tratava, me sentia seu companheiro (me tomei pela emoção).

“Penso, logo, afirmo”, não se aprende somente com ensinamentos, se aprende seguindo exemplos. Ninguém será tão bom, se não conviver e apreender das boas pessoas! Na vida é preciso seguir os bons exemplos, para assim o sermos igualmente (talvez aí a resposta de como o país se encontra).

“Penso, logo, reflito” nas vezes que ia para pescaria, e nada de pegar peixe, nem sequer “uma puxada”, quanto mais uma “fisgada”. Meu Avô insistia, “não adianta menino, ficar descendo, ou subindo o rio, acalme-se no lugar que o peixe vem”. No início andava pra “caramba” e nada pegava, enquanto meu Avô, parado, enchia o “samburá”.

“Penso, logo apreendo”, que para ter resultado na vida, no trabalho, nas relações afetivas, casamento, tem de trabalhar muito, e que as desatenções que nos levam a perder “fisgadas” (fisgada porque o peixe já está no anzol), o que têm um custo muito caro!

“Penso, logo arrependo”, de tantas vezes ter desviado do foco e gasto energia onde não deveria! Insisti demais onde não tinha peixe, ou desatento, perdi muitas “fisgadas”. Hoje encontro conforto em pensar que essas idas, vindas, corridas, e paradas me trouxeram até aqui! Nos trouxeram até aqui!

“Penso, logo recomeço”, porque a vida é assim, seguimos sempre de onde paramos ou corremos, pois o que vale é a alegria de “pescar”, ou o “companheiro da pesca”, como ensinou “Vô Benedito”, que já há muito se foi, sem jamais nos deixar.

“Penso logo atravesso”, várias “pinguelas”, escorregadias, longas para a criança que estava ali, no desafio daquele momento, cruzar o rio! Várias vezes passei com medo, sem olhar para baixo! Até me lembro, de uma vez que Vô Benedito escorregou e caiu no rio, que susto! Depois só risadas!!!

“Penso, logo sigo”, pois, a vida é seguir em frente, e se seguimos, há sentido e direção. Sentido que organiza os sentimentos, e define a direção!

“Penso, logo agradeço” a você Amigo (a), que chegou até aqui, e aproveito para desejar que seus pensamentos viagem para o passado, futuro, afim de que sua vida se torne um grande presente, uma feliz passagem!

Feliz Páscoa!

Alexandre Faria
Consultor em Gestão de Negócios