Conta à lenda, quando do descobrimento do Brasil, que os portugueses que aqui chegaram, em suas caravelas, que estando sós e longe de suas terras, dos familiares e amigos, sentiam uma melancolia sem fim, que davam o nome de saudade, que do latim trás o sentido de solidão. A palavra pegou, e não se abandonou mais. Saudade!
Tem dias que você acorda, levanta, olha para o lado, para o "outro", um sentimento desconsertado lhe toma conta, é a saudade? Mas saudade de que? Saudade de não sei o que? De onde? De quem? Enfim, saudade!
De repente outro sentimento, tão importante e presente quanto à saudade, a onipotência, toma conta! E pensamos que temos a vida toda pela frente. Vou refazer meus planos, metas, objetivos, vou, vou e vou... Alguns religiosos dirão: "Tudo posso naquele que me fortalece" (Fil 4,3), os menos, ou nada, por outro lado vão dizer: "posso, por que sou forte! Já conquistei, caminhei, corri, conheci, consertei, desconsertei e posso ir além!"
Então de posse dessa onipotência, vou com petulância conceituar este sentimento, de não sei o que? Nem da onde? Ou de quem? "Saudade, desejo de que o pra sempre, volte acontecer"...
E aí me ocorre, não somos só onipotentes, somos gente! Gente que sente! Gente que se sente! Gente presente! Gente feliz, ou que ao menos já se sentiu alguma vez, mesmo que não consiga se recordar do momento, mas que se recorda do sentimento! Saudades! Não somos onipotentes, que saudades! Somos gente!