Há 10 anos o Brasil conquistou o primeiro ouro olímpico do vôlei feminino e Fofão, uma das protagonistas da seleção brasileira, tornou-se a única jogadora brasileira de vôlei a participar de cinco edições dos jogos olímpicos.
Há exatos 10 anos o Brasil conquistava seu primeiro ouro olímpico no vôlei feminino, em Pequim, após vencer os Estados Unidos por 3 a 1. Como capitã Fofão liderou e motivou o grupo de jogadoras, sendo fundamental com sua experiência dentro e fora da quadra.
Fofão, a Hélia Rogério de Souza Pinto, nasceu em 10 de março de 1970, foi uma das melhores levantadoras do vôlei mundial e a única jogadora de vôlei brasileiro a participar de cinco edições de Jogos Olímpicos, conquistou três medalhas olímpicas, duas de bronze, em Atlanta-1996 e Sidney-2000 e uma de ouro, em Pequim-2008.
Na conquista do ouros, nos Jogos Olímpicos de Pequim, foi protagonista e mostrou sua genialidade como levantadora, soube motivar o grupo e lidar com os momentos polêmicos, como no caso de Mari, que após receber a medalha olímpica desabafou na comemoração e pediu um basta às críticas, em especial as sofridas em Atenas em 2004. Fofão apesar de não concordar com manifestações explosivas de desabafo da companheira não interviu no momento de Mari e a respeitou.
Mulher, negra, lutadora, paciente, genial, líder, atleta e dedicada. Descobriu o vôlei nas aulas de educação física se identificando com a modalidade, como ela mesma sempre destaca.
Iniciou sua carreira no vôlei como atacante aos 15 anos, devido a sua estatura, baixa para a posição, passou a ser levantadora com o treinador José Roberto que a cobrava demais para atingir a excelência e constante aperfeiçoamento, necessidades da posição, foram anos difíceis de adaptação que deram uma base para a sequência da sua carreira, esta parceria a trouxe muito aprendizado.
Em 1990 obteve sua primeira convocação para a Seleção Brasileira nos Jogos PanAmericanos de Havana. Foram sete anos de espera e paciência, no banco, para assumir a titularidade. Paciente, esperou seu momento nas olimpíadas de Barcelona 1992, Atlanta 1996, foi a levantadora titular no bronze de Sidney em 2000 com Bernardinho, foi uma fase em que era muito contestada e teria que provar que era capaz de substituir a Fernanda Venturini, nesta Olimpíada Fofão jogou a competição com uma lesão no tendão de aquiles, após os jogos realizavam sessões, doloridas, de acupuntura que ajudaram a suportar todos os jogos. Fofão se superou e liderou a seleção brasileira rumo a esta conquista. Fernanda Venturini retorna a Seleção e Fofão vê do banco a Seleção fracassar nos Jogos de Atenas de 2004.
Em 2006 José Roberto assume o comando técnico da Seleção Feminina e anuncia Fofão como a levantadora titular da seleção brasileira e capitã, conquistando a medalha de prata no Pan do Rio em 2007 e em 2008 nos Jogos Olímpicos de Pequim veio a consagração olímpica, como capitã da primeira conquista de um ouro olímpico pela seleção brasileira feminina de vôlei. Fofão emocionada chorou no ombro de Zé Roberto.
Nada foi fácil na carreira de Fofão, quanto mais difícil era, mais ela sabia o valor das suas conquistas, que foram tantas. Em Pequim, Fofão exerceu sua liderança como capitã, foi destaque dessa seleção de vôlei e Paula Pequeno, que na edição anterior havia sido cortada por lesão, em Pequim foi eleita a melhor jogadora da competição.
Fofão despediu-se do esporte numa jogo festivo que reuniu quatro gerações do vôlei feminino brasileiro, se aposentou os 45 anos em 2015, após completar 30 anos de dedicação ao vôlei, sendo eternizada no Hall da Fama nos Estados Unidos no mesmo ano. Sua história de vida está sendo contada em diversos documentários, entrevistas e livros que retrata sua carreira esportiva brilhante e vencedora pelas quadras do Brasil e do mundo.