Lendo os escritos do filósofo e teólogo Brennan Manning, encontrei um modo provocativo de reorganizar o sentimento espiritual, deixando de experimentar uma religião mais especulativa, que aprisiona o Evangelho nos eruditos sermões e vai criando um modo religioso duro, como encontramos no comportamento das pessoas em muitas de nossas igrejas.
Quando vamos intelectualizando Cristo, recorda-nos Manning, O embalamos em nossos conceitos e palavras e deixamos de experimentar a força dos seus ensinamentos que podem transformar nossas vidas. Escreveu certa vez o teólogo: "Mas naquela sexta-feira, há dois mil anos, os soldados romanos entalharam nosso irmão Jesus sem nenhuma dificuldade. Nenhuma habilidade artística foi requerida para martelar os pregos, nenhuma tina necessária para fazer o sangue jorrar das mãos e dos pés e do lado" e não conseguimos, experimentar em nós, a força desse acontecimento por não termos a coragem de tomar a Cruz.
Experimentando nossas dores, sentiremos Cristo sofrer em nós e esse sofrimento se torna mais suportável, permitindo-nos compreender um pouco mais a realidade das nossas vidas. Cristo, no seu tempo, caminhou ao lado da dor humana.
Que as pessoas aprendam a falar menos de Jesus, com seus discursos suntuosos, e aprendam a viver mais como Jesus, com a coragem de questionar até mesmo a postura religiosa de muitos habitantes dos templos.