Diz uma antiga expressão: “Tudo aquilo que é belo, seja como for, é belo em si mesmo. A beleza não necessita de admiradores” e apresentar o nosso Deus como o Deus da beleza, é imaginar n’Ele a unidade plena do ser. E ao nos criar, Deus deposita em cada um de nós, um pouco dessa beleza, dando-nos a capacidade e a criatividade de cuidar bem desse especial dom. É como contemplar junto o mistério e a beleza, pois o mistério não se adquire pelo raciocínio nem pelas fórmulas, mas por aquilo que ele é.
Por isso o ser humano é provocado, o tempo todo, a cuidar desse dom precioso que está em cada um. O cuidado com a vida, precisa ser nossa maior atenção. O próprio Cristo assim se expressa: “Eu vim para que todos tenham vida”.
Nossa História registra o tempo todo, o caminho inverso feito pelo homem, pois deixamos que a ganância entrasse em nossos corações e, a partir daí, iniciou-se um processo de divisão, perseguição e, para muitos, de morte. Percebemos dentro das pequenas relações estabelecidas todos os dias em nossa convivência, por exemplo.
Como é difícil harmonizar o querer bem, quando esbarramos em pessoas que se mostram diferentes ou contrárias ao nosso modo de pensar ou agir. Muitas vezes, dentro da própria família, encontramos pessoas dividas. E quando pensamos no mundo como um todo, quantos são os exemplos de segregação e morte.
O Deus da beleza ficou esquecido em nossas atitudes e preferimos trocar o que é belo pelo que é assustador. Mas podemos iniciar um caminho de retorno, um caminho de reconstrução da beleza que se encontra em cada ser humano. É uma atitude corajosa, uma atitude que exige uma transformação interna. Quem sabe descubramos que existe uma relação muito estreita entre a beleza e a bondade. O belo é contrário ao superficial. Deus é amor e no amor descobrimos a intensidade de ser belo.