Criptomoeda como garantia de crédito: conheça a operação

Analistas destacam vantagens de aderir a esse formato de obter mais aporte financeiro, entenda.


O universo consolidado pelas Blockchains e as Finanças Descentralizadas (Defi) consolidou uma nova modalidade de garantia de crédito: as criptomoedas adquiridas nas exchanges. Conforme análise de especialistas, a simplificação do processo de acesso ao crédito e a ausência de regulamentação do mercado estão entre os benefícios e riscos para quem recorre a esse tipo de empréstimo.

No sistema tradicional de crédito, um empréstimo é concedido, mas, em contrapartida, uma garantia precisa ser concedida, o que pode ser um bem, que é transferido como penhora até que a dívida seja paga. 

A professora do Insper - Instituto de Ensino e Pesquisa -, Tatiana Revoredo, afirma que a grande diferença entre os empréstimos bancários e os realizados em DeFi é a quantidade de documentos exigidos antes do empréstimo.

As instituições financeiras solicitam alguns documentos como identidade, comprovante de endereço, de renda, de emprego, detalhes do seguro social, além da pontuação de crédito. Já as plataformas de finanças descentralizadas trabalham com sistema que exige apenas a abertura de contas, sem a necessidade de muitos documentos. A proposta é ganhar mais agilidade e ter menos burocracia.

Como funciona na prática? 

Um sistema de empréstimo DeFi é chamado de Secrured Automated Lending (SALT) e, para fazer o registro, basta comprar um token nativo do programa, similar aos que são usados em determinada rede. Entre as vantagens do modelo estão ausência de taxas, comissões ou encargos, de comprovantes de renda.

Se por um lado tem aqueles que defendem, o professor de economia do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas (CCSA) da Universidade Mackenzie, Josimar Cordenonssi, recomenda cautela.

Ele avalia que o sistema de empréstimo DeFi pode ser uma ótima alternativa, se a taxa de juros for baixa e ele já tiver criptomoedas para dar como garantia. O professor diz ainda que o fato de ser mais ágil e barato também é outra vantagem, mas que isso tem relação direta com o fato de não existir uma regulamentação do Banco Central.

O professor sugere que se o tomador tiver criptomoedas para dar 100% em garantia, talvez fosse mais viável vender os ativos digitais e obter um retorno no mercado de compra e venda.