Black Friday 2020 foi a mais virtual da história do varejo

Com os consumidores priorizando as lojas virtuais, Black Friday foi um sucesso, mas vendas físicas também obtiveram crescimento


A pandemia de Covid-19 alterou muitos padrões no comportamento do consumidor. Durante os meses de recomendação mais severa quanto ao isolamento social, que levou muitos empreendimentos físicos a fechar as portas, os brasileiros invadiram a internet e abriram ainda mais espaço para o comércio eletrônico.

De acordo com dados do índice MCC-ENET, desenvolvido pelo Comitê de Métricas da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, em parceria com o Movimento Compre&Confie, as vendas virtuais mais que dobraram no mês de junho de 2020. A comparação foi feita com o mesmo período do ano passado, representando uma alta de 110,52%.

Diante deste cenário, a expectativa para a Black Friday era alta. Estimada como o evento mais virtual da história do varejo, a última sexta-feira do mês de novembro realmente fez história. De acordo com a consultoria Ebit|Nielsen, os dois dias da Black Friday 2020 (26 e 27 de novembro), mesmo diante da crise, fecharam com vendas totais de R$ 4,02 bilhões no e-commerce. Esse número representa um crescimento de 25,1% em relação ao ano passado.

Ao todo, foram mais de seis milhões de pedidos gerados, 15,5% superior a 2019, e um ticket médio de R$ 652, isto é, 8,3% maior do que o período anterior. Apenas na sexta-feira (27), o faturamento ficou em R$ 3,1 bilhões ( 24,8%), impulsionado por 4,6 milhões de pedidos ( 15,7%) e um ticket médio de R$ 679 ( 7,8%).

Um efeito bastante positivo constatado pelos especialistas foi o "esquenta" Black Friday, ou seja, as promoções que surgiram antes mesmo da famosa sexta-feira chegar. Essa ação fez com que as compras fossem diluídas em mais dias, favorecendo as vendas virtuais com descontos, oportunidades e atratividades.

Obviamente, esse novo fenômeno auxiliou não apenas o e-commerce, mas também o PDV de muitas empresas, que, com cuidados e medidas de segurança contra a Covid-19, também receberam consumidores e geraram receita, movimentando a economia nacional. De acordo com estudo feito pela Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), na semana de 23 a 29 de novembro, os empreendimentos físicos registraram um expressivo crescimento de 22,5% nas vendas - o maior desde o início da pandemia.