Brasil reciclou mais de 97% das latas de alumínio para bebidas

País é o que mais reaproveita o metal no mundo há mais de dez anos


O Brasil reciclou 97,6% das latas para bebidas que entraram em circulação no mercado em 2019, de acordo com a Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) e a Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio (Abralatas). O número equivale a uma redução de 70% nas emissões de gases de efeito estufa do ciclo de vida da embalagem.

No ano passado, foram comercializadas 375,7 mil toneladas de latas para bebidas. Dessas, 366,8 mil toneladas foram coletadas e reaproveitadas. O balanço final de 2019 mantém o Brasil como o país que mais recicla latas de alumínio no mundo, posição consolidada há mais de dez anos. 

Em comparação com 2018, o consumo de bebidas enlatadas cresceu 13,7%. Neste cenário, a reciclagem, com a demanda maior, apresentou uma alta de 14,7%. "O resultado é fruto do compromisso do setor com a reciclagem e mostra uma operação de logística reversa madura e consolidada", afirma Milton Rego, presidente-executivo da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL).

Em novembro, com a inauguração de um novo centro de coleta de sucata de alumínio da Novelis, associada da ABAL, em Águas Claras (DF), as entidades responsáveis pela coleta e reciclagem das latas no Brasil firmaram um acordo com o Ministério do Meio Ambiente. Intitulado como "Termo de Compromisso da Lata de Alumínio para Bebidas", faz parte da Política Nacional de Resíduos Sólidos.

"O Termo reforça nosso comprometimento com a preservação do meio ambiente e com a manutenção do índice de reciclagem das latinhas no patamar de 95% no Brasil, atualmente o terceiro maior mercado mundial, para que possamos seguir absorvendo o que é comercializado adicionalmente a cada ano", afirma Cátilo Cândido, presidente-executivo da Abralatas.

Reciclagem de metais

O sucesso da reciclagem de alumínio no país pode servir de exemplo para novas frentes de reaproveitamento, como plástico, papel e outros tipos e misturas de metais, como sucatas de motos, por exemplo.

Durante a Frente Parlamentar Ambientalista, evento que discutiu os caminhos para a ampliação da reciclagem no Brasil, a possibilidade da criação de investimentos para incentivar essa ideia na vivência da população foi introduzida. Segundo Cátilo Cândido, a boa performance do reuso das latinhas deve-se ao valor remuneratório presente no ato. 

"Aqui, ninguém em sã consciência jogaria fora, independentemente da classe social. Já são mais de 800 mil catadores que exercem esse trabalho de ajuda ambiental, justamente fazendo essa mercadoria circular", ressalta Cândido.

Segundo a  Associação Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (Ancat), um catador recebe entre meio e um salário mínimo por mês.