Durante o feriado de carnaval no Brasil, as Bolsas de valores no mundo sofreram fortes quedas. Havia expectativa de que o coronavírus (COVID-19) fosse contido na China, porém, o vírus acabou se propagando para outros países.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o coronavírus atinge 58 países e já provocou mais de duas mil mortes. Diante deste cenário, O Banco Central americano (Fed) disse em comunicado, que o coronavírus apresenta riscos crescentes para a atividade econômica e que a autoridade poderá agir para sustentar a economia, se achar necessário.
Os indicadores de aversão a risco no mundo mostraram que a preocupação em relação ao Coronavírus elevou o VIX, índice de volatilidade, conhecido como "índice do medo". Na última semana de fevereiro, o índice de volatilidade norte-americano já era de quase 30%.
O movimento dos investidores é de buscar investimentos mais seguros para se proteger, essa estratégia é conhecida como "Flight to Safety", uma procura por ativos com menor risco. Diante disso, o que fazer em meio à volatilidade do mercado?
De acordo com o assessor de investimentos da Wflow - escritório especializado em Assessoria Financeira e Patrimonial credenciado à XP Investimentos - Breno Andrade, nesse momento de incerteza é importante manter uma carteira diversificada e estar alinhado com o seu perfil de investimento.
"O mais indicado agora é ter uma carteira de investimentos bem diversificada, com ativos que não tiveram grande interferência em rentabilidade pelo impacto do coronavírus, como por exemplo uma renda fixa pré-fixada ou uma renda fixa pós-fixada", explica.
Como o coronavírus é desconhecido pela ciência, a população, na maioria das vezes, se desespera e pode tomar decisões que prejudiquem alguns investimentos. "O que não deve ser feito no momento é a tomada de decisões impulsas, que não tenham uma assessoria e fundamentos para justificar a decisão. O efeito manada também deve ser evitado, já que grande parte da população toma uma medida por falta de informação e não traz bons resultados", ressalta Breno.
Apesar dos reflexos econômicos causados pelo vírus, com empresas interrompendo suas atividades, ainda é muito recente prever como será o impacto na economia. Existe uma estimativa um pouco menor no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), mas ainda não se pode afirmar que tenhamos grande influência no longo prazo.
"Ainda é cedo para falar da economia no mercado financeiro e na bolsa de valores. É muito provável que isso tenho sido um reflexo pontual, por conta do coronavírus ser algo desconhecido. A bolsa de valores teve algumas projeções menores para o fim de 2020 de alguns especialistas, mas ainda com grande crescimento ao longo do ano e vista como uma das melhores opções de investimento para o ano", finaliza.