Investimento em pequenas empresas é chave para a crise no Brasil

São Paulo registra novo recorde histórico de abertura de empresas em setembro


O Sebrae realizou, ainda na primeira semana desse mês de outubro, a abertura da programação especial do Mês da Inovação. Ao longo de todo o mês, o Sebrae preparou uma intensa programação, que terá como ponto alto a realização do Case & Startup Summit 2020.

Bruno Quick, diretor técnico do Sebrae, analisou como a pandemia acelerou os processos que já vinham sendo percebidos na economia e tornou a inovação algo imprescindível e urgente às empresas. "Nesse contexto, o Sebrae tem trabalhado para unir os ecossistemas de inovação e aproximá-los da realidade das micro e pequenas empresas. Acreditamos que levar a inovação aos pequenos negócios é a chave que vai fazer com que o Brasil supere essa crise", comentou.

A jornalista Maria Prata abordou em sua apresentação o conceito de inovação, e destaca que os empreendedores mais bem sucedidos são aqueles que sabem explorar os momentos de mudança como oportunidades para produtos e serviços inovadores. "Os empreendedores mudam ou transformam valores", comentou. Segundo ela, o inovador precisa desenvolver habilidades e conhecimentos, como: curiosidade; resiliência; capacidade de colaborar, observar e se comunicar. É fundamental, ainda segundo Maria Prata, desenvolver ferramentas críticas, conceituais, criativas, reflexivas e visionárias. "Inovação é algo que precisa ser desenvolvido e exige investimento. Não é um dom", destacou.

Recorde paulista

Apurado no mês de setembro, o recorde foi de 23.205 novos cadastros de pessoas jurídicas, somando-se os números dos 645 municípios paulistas. Esta é a maior marca alcançada desde 1998, ano em que foram iniciados os levantamentos da Junta Comercial do Estado de São Paulo (JUCESP), órgão vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico e responsável pelos registros mercantis no Estado.

Esta é a quinta alta seguida na abertura de empresas em São Paulo desde abril, período em que foi perceptível desaceleração devido aos impactos econômicos da pandemia do coronavírus. O registro mais recente supera o mês de agosto, quando foram realizadas 22.825 novas constituições empresariais, número que já havia sido o maior em 22 anos.

"Este resultado aponta que seguimos no caminho certo para a retomada econômica do estado. Estamos trabalhando para estimular novos empresários e a economia. Nosso maior objetivo é gerar emprego e renda, além de facilitar a abertura de novos negócios", destaca aSecretária de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Patricia Ellen.

A JUCESP também registrou o menor número de encerramentos de empresas nos últimos dois meses, com 9.859 baixas. Com isso, o estado contabiliza o maior saldo líquido anual: 13.346 novos CNPJ's. Comparado ao mês anterior, o saldo é 14,9% maior, com 11.614 cadastros encerrados. O aumento chega a 29% na comparação com setembro de 2019, quando foram abertas 10,3 mil empresas.

Dispensa de tarifa para abertura de novas empresas

Em razão da pandemia do coronavírus, a JUCESP dispensou o pagamento da tarifa para abertura de novas empresas no
estado. A medida faz parte do plano de retomada econômica para impulsionar ainda mais o empreendedorismo e estimular a economia, atenuando os impactos na geração de emprego e renda. A medida tem validade até o dia 23 de outubro e contempla todos os tipos jurídicos de empresas.

Financiamento de tributos que contempla pequenos negócios

A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) lançou já na primeira semana de outubro, o novo Programa de Retomada Fiscal, voltado para a regularização de empresas que estão com débitos inscritos na Dívida Ativa da União (DAU). A iniciativa tem potencial para beneficiar 1,3 milhões de empresas, sendo a maioria delas micro e pequenas empresas inscritas no Simples Nacional.

O Procurador-Geral da Fazenda Nacional, Ricardo Soriano, destacou os números já alcançados pela iniciativa. "O programa já alcançou números expressivos, foram 80 mil acordos celebrados, envolvendo 275 mil débitos, somando R$ 30 bilhões em negociações com os contribuintes que estavam com tributos atrasados. O principal diferencial desse novo programa, em relação ao Refis, está no tratamento diferenciado que daremos em cada atendimento. Costumo dar o exemplo que o Refis era como um médico que passa o mesmo medicamento para todos seus pacientes. A transação tributária vai analisar cada caso, as características e capacidades de cada empresa. Em alguns casos os juros e encargos chegam a ser zerados", completou Soriano.

Carlos Melles, presidente do Sebrae, elogia a iniciativa da PGFN, na medida em que pode atender a muitas microempresas e empresas de pequeno porte com débitos na Dívida Ativa: "Vamos divulgar a transação tributária por todos os nossos canais e rede, de forma que a micro e pequena empresa possa aproveitar a oportunidade de regularizar a parte de seus débitos tributários que está na PGFN", conclui.