O aumento da presença feminina na liderança das empresas de sucesso

Já é mais do que consenso: empresas com mais mulheres são mais criativas e lucrativas


Por mais preconceitos e dificuldades que ainda existam para as mulheres em suas trilhas profissionais, os avanços são inquestionáveis. A equidade de gênero no mercado de trabalho tem muito a evoluir, mas é notório o aumento da participação feminina em todos os setores, em inúmeras empresas e também em investimentos, já que o valor do bitcoin hoje, por exemplo, ainda é atraente.

Segundo um recente levantamento da Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgado em 2020, as mulheres ganham em média 14% menos do que os homens. Se olharmos para os cargos de alta liderança, a diferença aumenta muito: três em cada quatro posições gerenciais são ocupadas por homens.

Mulheres no comando: receita de lucro

O poder transformador das mulheres tem nos trazido conquistas e números animadores. A própria OIT aponta, em estudo recente, os ganhos em performance nas empresas com mulheres em postos de liderança, mostrando que 75% das empresas que promovem a diversidade de gênero em cargos de direção disseram ter obtido aumento de 5% a 20% nos lucros.

Há um consenso entre grande parte das empresas de que a diversidade gera ganhos em criatividade, favorece a reputação corporativa e ainda ajuda a atrair e reter talentos. Um olhar mais atencioso com as pessoas ao redor, um instinto feminino apurado, um espírito de liderança muito mais do que chefia, uma sensibilidade maior, seja na gestão, seja em atividades mais técnicas... Estas são só algumas das soft skills que as mulheres trazem às corporações. Qualidades que fazem a diferença em um ambiente de mercado cada vez mais competitivo, onde a escuta para o público consumidor e a visão holística para diferentes metas têm de ser ainda mais dinâmicas e multifacetadas.

Um compromisso crescente

No setor de tecnologia, por exemplo, as mulheres ocupavam apenas 20% dos cargos em 2019. Hoje, esse percentual melhorou, graças a diversas empresas que estão focando seus programas de capacitação em programação no público feminino, como Magazine Luiza, e à crescente demanda por mão de obra de profissionais de TI no mercado, o que vem abrindo novas oportunidades de crescimento para as mulheres que se especializam na área.

Falando em mercado financeiro, este sempre foi um setor tradicionalmente machista, tanto para quem trabalha nele, como para quem investe em produtos financeiros. O cenário vem se modificando de uns anos para cá: a pesquisa "Female Founders Report", da Distrito, mostra que, em relação aos serviços financeiros, especificamente, 29,3% das startups têm mulheres no seu quadro societário e 8,2% são fundadas ou cofundadas por mulheres.

Já existem especialistas que afirmam que carteiras de ações gerenciadas por mulheres oferecem retornos melhores, porque as mulheres tendem a ser menos reativas às baixas do mercado e a crises, agindo bem no chamado "buy and hold" (comprar e segurar), com mais serenidade e menos impulsividade - característica esta mais típica nos homens.

Passos lentos, mas na direção certa

De acordo com a B3, o número de mulheres investindo na Bolsa cresceu 77,8% nos últimos cinco anos. Um relatório da Robinhood do início deste ano destaca que o número de mulheres ativas investindo em criptomoedas aumentou sete vezes de 2020 para 2021. 

No Brasil e no mundo, a força feminina no mercado financeiro está crescendo. Há um longo caminho a percorrer para criar um mundo corporativo em que as mulheres tenham igual acesso a oportunidades. Fica a lição de casa a ser feita quando a pauta é diversidade e inclusão. Não existe empresa bem-sucedida quando as mulheres estão fora da estratégia de negócios.