País abre 249 mil vagas com carteira em agosto

Apesar do aumento de postos de trabalho, são 13,1 milhões de desempregados - novo recorde histórico


Com a flexibilização da quarentena e reabertura do comércio em muitos municípios, a oferta de trabalho aumenta, apesar do alto índice de desempregados no Brasil. São 249 mil novos registros em carteira no mês de agosto, número mais expressivo dos dez últimos anos, de acordo com o Ministério da Economia.

Todos os estados e o Distrito Federal apresentaram número positivo na abertura de vagas. Somente em São Paulo foram 64.552 oportunidades, maior oferta do país, seguido por Minas Gerais, com 28.339, e Santa Catarina, com 18.375 registros.

De acordo com o ministro Paulo Guedes, "o Brasil gerou 250 mil empregos neste mês de agosto. É algo que não acontecia desde agosto de 2010. Nós estamos realmente voltando em 'V', o mercado de trabalho registra isso".

Desemprego em 2020

A taxa de desemprego, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), fechou o trimestre de maio a julho com 13,8%. São 13,1 milhões de desocupados, recorde desde 2012, quando o instituto começou seu mapeamento nacional.

Foram 849.387 empregos perdidos desde o início do ano, e a pandemia causada pelo coronavírus foi um dos principais motivos.

Segundo Adriana Beringuy, analista da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) do IBGE, "além de tirar o trabalho, a pandemia também impossibilitou sua procura, ou por conta das medidas restritivas, ou porque as atividades econômicas estavam suspensas, ou, ainda, por questões de saúde pessoal".

Setores ascendentes

De acordo com o Ministério da Economia, o setor que mais gerou vagas foi o da indústria de transformação, seguido por construção civil, comércio, serviços e agropecuária.

Para quem busca uma oportunidade no setor público, há 1.223 vagas em concursos abertos atualmente, podendo chegar a salários de R$ 17 mil.

O medo do empresariado

Na última quarta-feira (7), o Fórum Econômico Mundial apontou o desemprego e o medo do fracasso da governabilidade sendo os maiores riscos para se fazer negócios no Brasil. A pesquisa foi feita em parceria com 12 mil empresários de 128 países.

De acordo com o levantamento, 56% considera a precariedade do mercado de trabalho o maior risco; logo em seguida, o fracasso do governo, com 52%, diferentemente de outros países latino-americanos, que destacaram esta resposta como a principal ameaça para os negócios em seus respectivos países.