Quase 5,5 milhões de domicílios têm morador que pediu empréstimo

Dados do IBGE apontam que cada vez mais pessoas estão precisando de ajuda para conseguir pagar as contas


Nos últimos anos, com a instabilidade do mercado de trabalho, cada vez mais pessoas se viram endividadas. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid, ou Pnad Covid-19, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, é crescente o número de brasileiros em busca de empréstimo durante a pandemia.

Dos 68,7 milhões de domicílios brasileiros, cerca de 5,4 milhões têm ao menos um morador que pediu um empréstimo em setembro deste ano. O número representa 7,9% do total.

No entanto, em apenas 4,6 milhões dos domicílios que pediram um empréstimo a bancos e instituições financeiras a solicitação foi atendida, o equivalente a 85,2%. Para 805 mil domicílios, o empréstimo foi negado.

Aumento em relação a agosto

A pesquisa aponta quem tentou fazer empréstimo durante todo o período da pandemia, ou seja, ela é cumulativa. Por isso, a cada mês, o número total aumenta, segundo pondera Maria Lucia Vieira, que trabalha como coordenadora de Trabalho e Rendimento no IBGE.

O objetivo da pesquisa é saber se as pessoas pediram empréstimo ao longo de todo o período de pandemia. Por isso, ainda que em agosto o número tenha sido de 4,9 milhões de domicílios, o aumento para 5,4 milhões não significa necessariamente que houve uma procura maior no mês de setembro.

A pesquisa, portanto, faz um levantamento de solicitação de crédito por um período estendido com o passar dos meses.

O objetivo dos empréstimos também não é destacado nas pesquisas. Com isso, a solicitação pode ser tanto para que as pessoas possam pagar as contas pessoais, quanto para quem deseja investir em reparos em casa, em cursos ou material para retornar ao mercado de trabalho, como empréstimo para autônomos, por exemplo.

Outros dados levantados pela pesquisa

O estudo também mostrou que a região Centro-Oeste é onde está concentrada a maior taxa de recusa de empréstimos, alcançando 18,8% dos domicílios. Além disso, o Centro-Oeste também teve a maior procura por empréstimos, chegando a 8,9% do total de domicílios.

As solicitações de crédito, de acordo com o levantamento, não são feitas apenas a bancos ou instituições financeiras. Algumas pessoas, tentando fugir das altas taxas de juros, também solicitam o dinheiro para amigos ou familiares. Do total, 75,9% dos pedidos foram feitos a instituições financeiras e bancos, enquanto 23,5% foram solicitados a parentes e amigos.