A intenção de compra de imóveis no país retomou ao nível pré-pandemia. É o que aponta uma pesquisa da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção). Em agosto, 40% dos consumidores afirmaram que pretendem fazer a aquisição de uma unidade.
Esse índice está próximo do patamar de fevereiro, quando 43% dos consumidores disseram ter intenção de comprar um imóvel. O indicador chegou a cair para 20% em abril, por conta dos reflexos da pandemia.
Em agosto, dos 40% que sinalizaram a intenção de compra, 13% já estão visitando imóveis e 27% apontaram que estão em fase de pesquisa. "Isso representa concretamente uma recuperação do ânimo das famílias brasileiras", afirmou Fábio Araújo, diretor da Brain Inteligência Estratégica, durante a apresentação dos resultados.
O levantamento da CBIC é feito mensalmente por amostragem. Foram entrevistadas 689 pessoas nas cinco regiões do Brasil. Os resultados são apresentados em lives nos canais da CBIC e da Brain, empresa responsável pelas sondagens.
Além da retomada na intenção de compra, outros indicadores apontam que o setor mostrou resistência na pandemia. Segundo a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), os financiamentos superaram R$ 54 bilhões no primeiro semestre deste ano. Uma alta de 34% em relação ao mesmo período de 2019.
Para os especialistas, um dos motivos para esse volume é a redução da taxa básica de juros. A Selic está em 2% ao ano, o menor patamar já registrado na história. Como ela é a referência para o restante da economia, também há impacto no crédito imobiliário.
Desse modo, mesmo com a pandemia, as vendas de imóveis ficaram estáveis nos primeiros seis meses de 2020. Segundo a CBIC, foram comercializadas 71.109 unidades de janeiro a junho em todo país. Esse número ficou apenas 2,2% abaixo do registrado no primeiro semestre de 2019, quando foram vendidas 72.710. unidades.
Vale do Paraíba
Os indicadores positivos do mercado tem sido notados pelas construtoras do Vale do Paraíba. Os noivos Angélica Pereira e Patrick Machado estão entre os clientes que compraram um apartamento neste ano.
"É o nosso primeiro apartamento, então procurei uma construtora que já tinha referências. O atendimento foi um diferencial, já que tivemos toda orientação em pontos importantes como a comprovação de renda", explica Angélica. Segundo ela, localização do empreendimento e preço também foram fatores importantes na decisão da compra.
Magno Alexandre Magalhães, gestor de incorporações de construtora, explica mais sobre esta fase de retomada do mercado. "Precisamos entender as pessoas que nos procuram para oferecer segurança e apresentar as oportunidades de financiamento, de prazos, de subsídios, da utilização do FGTS e outros benefícios que aumentam o poder de compra do cliente", concluiu.