Número de estabelecimentos comerciais caiu 17,1% em Pindamonhangaba, segundo pesquisa

Queda foi registrada de 2007 a 2016, com destaque para a baixa na quantidade de supermercados e lojas de eletrodomésticos e eletrônicos.


O Sindicato do Comércio Varejista de Pindamonhangaba, em parceria com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) apresentaram na manhã de segunda-feira (6), no Colonial Plaza Hotel, um estudo sobre o perfil do comércio varejista de Pindamonhangaba. Os dados foram baseados nas informações da Relação Anual de Informações sociais (Rais), do Ministério do Trabalho.

A pesquisa mostra que, de 2007 a 2016, mais de 400 estabelecimentos comerciais foram extintos no município. Das atividades consolidadas, as maiores retrações foram registradas nos supermercados (-27,4%) e nas lojas de eletrodomésticos e eletrônicos (-16,2%). Na contramão desse movimento apareceu a abertura de farmácias e perfumarias, com crescimento de 16,5%. Apesar da redução de quantidade de supermercados em Pindamonhangaba, a atividade aparece como a de maior participação entre os estabelecimentos do comércio varejista local, com 21,4% do total. Em seguida aparecem lojas de vestuário, tecido e calçados (18,3%) e materiais de construção (12,3%).

De acordo com Jaime Vasconcellos, assessor econômico da FecomercioSP, essa retração começa a se intensificar em meados de 2012: "Pindamonhangaba possui hoje, em 2017, cerca de 1962 estabelecimentos comerciais. Naturalmente, isso é reflexo da crise econômica, mas também há uma concentração muito forte do mercado no varejo. As pequenas empresas, enfrentam uma maior dificuldade de concorrência, precificar, negociar com fornecedor e acabam fechando, e a chegada de grandes redes tem um potencial de ameaçar menores empreendimentos", afirma.

Comum no setor como um todo, as micro e pequenas empresas também predominam no comércio varejista da cidade. Do total de estabelecimentos, 85,1% possuem até quatro funcionários, sendo responsáveis por 22,6% de mão de obra. Em termos de geração de emprego, os pequenos e grandes comércios têm uma importante e equilibrada participação.

Para Jaime, a característica da cidade tem papel fundamental nessa tendência: "Pindamonhangaba é uma cidade tradicionalmente industrial, sendo este um setor que sofre bastante e há mais tempo. Então a massa de salários devido a desempregos, cai um pouco mais e o comércio também acaba sentindo", ressalta.

Baseando-se ainda no estudo dessa radiografia, as expectativas são boas, a economia esse ano poderá crescer 0,7%, e ano que vem, cerca de 2,5%. Esse processo de retração de emprego e empresas tende a ser amenizado daqui para a frente.

Confira entrevista com Jaime Vasconcellos Economista da FECOMERCIO.