Veja a pesquisa do NUPES sobre a Cesta Básica de novembro

Confira as variações entre outubro e novembro



Desde 1996, o Núcleo de Pesquisas Econômico-Sociais da Universidade de Taubaté (NUPES), faz a divulgação mensal do custo da Cesta Básica recomendada para uma família com 5 pessoas. Os valores apurados na primeira semana de setembro de 1996 são utilizados como base para observação da evolução dos preços da cesta todos os meses no Vale do Paraíba.

A Cesta Básica Familiar é composta de produtos que preenchem as necessidades de higiene pessoal, limpeza e alimentação de uma família brasileira, com poder de compra de 5 salários mínimos vigentes, que em novembro de 2020 foi de R$ 5.225,00.

O NUPES calculou o custo da cesta básica recomendada acima, nos municípios de Caçapava, Campos do Jordão, São José dos Campos e Taubaté e representa como a variação dos preços da cesta básica do Vale do Paraíba. Em novembro o valor da cesta básica foi R$ 1.954,09, sendo superior ao que foi em outubro que foi de R$ 1.875,33 representando um aumento no percentual de 4,19%, também um percentual superior ao mês de outubro que foi de 4,11%. Valor bem superior a inflação oficial de novembro de 2020 que foi de 0,95% (IPCA do IBGE).

A Tabela 1 apresenta os preços da Cesta Básica Familiar das cidades do Vale do Paraíba e suas variações no mês de novembro de 2020, comparado ao mês de outubro de 2020. Em todas as cidades ocorreram variações positivas nos preços médios da cesta básica em relação ao mês anterior.

A Tabela 2 apresenta o comprometimento dos cinco salários mínimos na aquisição da cesta básica familiar, nas cidades pesquisadas e a média do Vale do Paraíba, bem como a disponibilidade financeira para outras despesas. O percentual da renda necessária à compra da cesta em novembro foi em média 37,39% da renda total, portanto, um pouco superior aos 35,89% do mês de outubro de 2020. Este aumento nos preços da cesta básica leva a uma perda (decréscimo) de -2,35% nas disponibilidades para outras despesas, significando uma maior restrição dos consumidores de baixa renda aos produtos essenciais ao seu bem estar.

A Tabela 3 apresenta os itens da cesta, assim como o peso ponderado dos três grupos de produtos. O item alimentação foi responsável por 89,66% do valor da cesta, o item higiene pessoal (6,14%) e, o item limpeza doméstica (4,21%). No mês de novembro, os segmentos de alimentação e higiene pessoal apresentaram aumento médio nos preços, a alimentação foi o item que mais contribuiu para o aumento no preço (4,70%). Enquanto limpeza doméstica apresentou redução.

Na comparação dos preços médios de novembro de 2020 em relação outubro de 2020, dos 32 produtos de alimentação pesquisados, 20 apresentaram aumentos e 12 reduções. Dos 5 produtos do item higiene pessoal 4 apresentaram aumento e 1 reduções. Em relação aos 7 produtos de limpeza doméstica 5 apresentaram aumentos e 2 reduções.

As condições climáticas favoreceram muito a produção de alguns produtos hortifruti como Cebola, Alface e Abobrinha. Enquanto, outros produtos como batata, tomate e mamão em função do período de entressafra, reduziu a oferta e aumentaram os preços. Os aumentos nos preços dos alimentos vêm afetando, principalmente os consumidores de menor renda, uma vez que os principais produtos que compõem a alimentação estão registrando aumentos contínuos nos últimos três meses.

Os aumentos dos preços vêm seguindo uma tendência, principalmente dos produtos que puxaram a alta da inflação nos meses anteriores, como o arroz, o óleo de soja e a carne bovina. Adicionados a estes produtos ainda tivemos a batata e o tomate que tem sofrido perdas com os níveis de chuvas que prejudicaram a qualidade e a produtividade, alterando a oferta nos mercados e os preços na boca do caixa.

O último trimestre do ano é marcado por índices de chuvas mais elevadas, assim como de temperaturas, nas grandes regiões produtoras de legumes, hortaliças e frutas, como os estados de Minas Gerais e Bahia que têm peso significativo na oferta destes produtos e, no aumento dos preços.

Fonte: NUPES/UNITAU