Caminhoneiros protestam na Dutra; Bolsonaro grava áudio pedindo liberação das rodovias

Manifestantes protestam contra o preço do combustível e reivindicam piso mínimo do frete.


Caminhoneiros fazem manifestação na Via Dutra. Caminhoneiros fazem manifestação na Via Dutra. (Foto : Reprodução)

No decorrer desta quarta-feira (8) grupos de caminhoneiros começaram uma mobilização para paralisar rodovias em várias regiões do Brasil.  Ao todo, 16 estados são alvos de protestos. 

Os caminhoneiros protestam contra o preço do combustível e reivindicam piso mínimo do frete.

Protestos na RMVale

De acordo com a PRF (Polícia Rodoviária Federal) na Via Dutra, trecho de Caçapava (km 130), as pistas que foram paralisadas nos dois sentidos, foram liberadas e o tráfego flui normalmente até o momento. Em Pindamonhangaba (km 92), sentido São Paulo,  tráfego fluindo pela faixa da esquerda. Já a faixa da direita e acostamento, foram interditados. Tráfego com reflexo de 1 km de lentidão. São José dos Campos e Lorena também registram manifestações, mas com tráfego fluindo até o momento. 

Bolsonaro grava áudio 

 

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) gravou um áudio pedindo que as estradas sejam liberadas. Ele disse que a paralisação "atrapalha a economia", que prejudica todo mundo, em especial, os mais pobres. 

"Fala para os caminhoneiros aí, que são nossos aliados, mas esses bloqueios atrapalham a nossa economia. Isso provoca desabastecimento, inflação e prejudica todo mundo, em especial, os mais pobres. Então, dá um toque no caras aí, se for possível, para liberar, tá ok? Para a gente seguir a normalidade. Deixa com a gente em Brasília aqui e agora. Mas não é fácil negociar e conversar por aqui com autoridades. Não é fácil. Mas a gente vai fazer a nossa parte aqui e vamos buscar uma solução para isso, tá ok? E aproveita, em meu nome, dá um abraço em todos os caminhoneiros. Valeu", disse Bolsonaro. 

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, gravou um vídeo e publicou nas redes sociais dizendo que o bloqueio iria agravar a crise econômica. 

"Essa paralisação ia agravar efeitos na economia, na inflação que ia impactar os mais pobres, os mais vulneráveis. Já temos hoje um efeito no preço dos produtos em função da pandemia. A inflação hoje também tem um componente internacional. E uma paralisação vai trazer desabastecimento, vai acabar impactando os mais pobres, os mais vulneráveis e prejudicando a população. A gente sabe que há uma preocupação de todos com a melhoria da situação do país, há uma preocupação de todos com a resolução de problemas graves. Mas a gente não pode tentar resolver um problema criando outro. E, principalmente, prejudicando os mais vulneráveis. Daí a preocupação do presidente da República. Então, peço a todos que ouçam, que escutem atentamente às palavras do presidente, que a gente tenha serenidade para pavimentar um futuro melhor". 

De acordo com o Ministério da Infraestrutura, que emitiu um boletim sobre os bloqueios nas estradas, ao menos 16 estados registram pontos de concentração em rodovias. Entre os estados estão Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Minas Gerais, Tocantins, Rio de Janeiro, Rondônia, Maranhão, Roraima, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Pará. 

Busca por combustível 

Com as manifestações acontecendo e o medo de acabar o combustível, muitos motoristas estão fazendo filas em postos de combustíveis de várias cidades da região. Vídeos que circulam na noite desta quarta-feira (8) nas redes sociais, mostra a preocupação das pessoas em um possível momento de desabastecimento.

Motoristas fazem fila em posto de Caçapava na noite desta quarta-feira (8). Motoristas fazem fila em posto de Caçapava na noite desta quarta-feira (8). (Foto : Reprodução)